O presidente da Comissão de Educação, Nikolas Ferreira (PL-MG), e outros aliados bolsonaristas sofreram a primeira derrota nesse colegiado numa votação nesta quarta-feira (27/3). A base do governo derrotou uma proposta demoção de repúdio contra um professor de educação básica da cidade de São Bonifácio, em Santa Catarina, que teria feito ataques a Jair Bolsonaro numa sala de aula. O autor dessa moção foi o deputado Gustavo Gayer (PL-GO).
Por 20 votos contra e 13 favoráveis, os governistas determinaram a primeira derrota aos aliados na comissão, que tem ganhado holofotes e também críticas, desde que o PL indicou Nikolas para seu comando.
A moção era contra o professor Jadir Ribeiro Anchieta, que dá aula na Escola Estadual de Educação Básica São Tarcísio daquela cidade catarinense. Ele teria demonstrado "viés ideológico não condizente com a neutralidade exigida pela profissão", diz a moção. Anchieta teria se referido a Bolsonaro como "nazista e ladrão".
"É inadmissível que um educador, cuja função primordial é fornecer uma educação imparcial e crítica, utilize sua posição para propagar opiniões políticas partidárias de forma unilateral e desrespeitosa", justificou Gayer.
Os governistas reagiram. Tarcísio Motta (PSol-RJ) disse que a extrema-direita faz da comissão um palanque eleitoral e busca dividendos políticos.
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"Há pessoas que gostam de pegar detalhes, elementos a vigiar na vida de cada profissional de educação e tentam criar um pânico moral. Ninguém é professor porque sonha em ser milionário, mas é para ajudar a construir um mundo melhor", disse Motta.
Duda Salabert (PDT-MG) disse ser um absurdo a Comissão de Educação gastar dinheiro público e usar suas estruturas para "perseguir professores de História do Brasil".
A deputada Bia Kicis (PL-DF) defendeu a moção de repúdio e acusou o governo do PT de promover a ideologia de gênero nas escolas "e ensinar que menino não é menino e que menina não é menina".