O governo brasileiro emitiu uma nota, nesta sexta-feira (1/3), em que alega que as ações militares de Israel na Faixa de Gaza não têm limite "ético ou legal". No comunicado, a gestão cobra da comunidade internacional uma resposta. A nota foi emitida pelo Ministério das Relações Exteriores. 

"O governo Netanyahu volta a mostrar, por ações e declarações, que a ação militar em Gaza não tem qualquer limite ético ou legal. E cabe à comunidade internacional dar um basta para, somente assim, evitar novas atrocidades. A cada dia de hesitação, mais inocentes morrerão", declarou o governo, em nota.



No comunicado, o governo afirmou que tomou conhecimento "com profunda consternação, dos disparos por arma de fogo, por forças israelenses, ocorrido no dia de ontem, no Norte da Faixa de Gaza, em local em que palestinos aguardavam o recebimento de ajuda humanitária". O governo ainda afirma que mais de 100 pessoas foram mortas e mais de 750 pessoas ficaram feridas por tiros, pisoteio ou atropelamento.

"Trata-se de uma situação intolerável, que vai muito além da necessária apuração de responsabilidades pelos mortos e feridos de ontem", diz o governo.

A exemplo, o governo cita os caminhões que transportavam a ajuda humanitária. "Demonstram a situação desesperadora a que está submetida a população civil da Faixa de Gaza e as dificuldades para obtenção de alimentos no território".

O comunicado também ressalta que as críticas à Israel também partem da Organização das Nações Unidas (ONU) e de especialistas em direitos humanos.

"Ainda assim, a inação da comunidade internacional diante dessa tragédia humanitária continua a servir como velado incentivo para que o governo Netanyahu continue a atingir civis inocentes e a ignorar regras básicas do direito humanitário internacional. Declarações cínicas e ofensivas às vítimas do incidente, feitas horas depois por alta autoridade do governo Netanyahu, devem ser a gota d’água para qualquer um que realmente acredite no valor da vida humana", declarou.

"A humanidade está falhando com os civis de Gaza. E é hora de evitar novos massacres. Ao expressar sua solidariedade ao povo palestino, sobretudo aos familiares das vítimas, o Brasil reafirma seu firme repúdio a toda e qualquer ação militar contra alvos civis, sobretudo aqueles ligados à prestação de ajuda humanitária e de assistência médica", completa.

O comunicado foi emitido dias depois de uma crise diplomática ser instalada entre os governo Lula e Netanyahu. O atrito começou quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, durante entrevista, que o país estava cometendo um genocídio na guerra na Faixa de Gaza.

Lula foi cobrado por Israel a se desculpar, o que não fez até então, e foi declarado como "persona non grata" em Israel.

 

 

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