O ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid, prestará novo depoimento para a Polícia Federal (PF) nesta segunda-feira (11/3). A oitiva será presencial, na sede da PF, em Brasília.
O novo depoimento do militar faz parte do acordo de delação premiada fechado entre ele e a PF, e ocorre após uma série de oitivas com outros ex-chefes de forças militares suspeitos de integrar um plano de golpe de Estado para as eleições presidenciais de 2022, em uma tentativa de manter o então presidente Bolsonaro no poder.
No último sábado (2/3), depois de mais de sete horas de depoimento, o ex-comandante do Exército durante o governo de Bolsonaro, general da reserva Marco Antônio Freire Gomes, confirmou que participou de reuniões onde foram discutidos os termos da “minuta do golpe”. A PF mantém o depoimento em sigilo.
Cerca de 20 depoimentos já foram feitos no âmbito da operação Tempus Veritatis, autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, em fevereiro. O depoimento do ex-comandante do exército foi o mais longo, começando na sexta (1/3) e terminando na madrugada de sábado (2/3).
Agora, a intenção da PF é confrontar o novo depoimento de Mauro Cid com as declarações dos investigados para esclarecer lacunas e pontos ainda em aberto após as dezenas de depoimentos das últimas semanas.
Operação da PF mira Bolsonaro
O esquema golpista foi revelado pela PF no dia 8 de fevereiro, com mandados de busca e apreensão sendo cumpridos contra Bolsonaro e aliados, como o ex-ministro e ex-candidato a vice-presidente, general Braga Netto. Ao todo, foram cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro de prisão preventiva e 48 medidas cautelares.
Foi expedido um pedido para que Bolsonaro entregasse seu passaporte às autoridades e não mantenha contato com outros investigados.
No dia 22, Bolsonaro prestou depoimento, mas preferiu aderir ao direito de ficar em silêncio. Em resposta ao cerco policial, o ex-presidente fez uma manifestação na Avenida Paulista no domingo (25/2), onde afirmou que está sendo perseguido e negou qualquer tentativa de golpe de Estado.