O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou nesta terça-feira (12/3) por unanimidade a chapa do PROS nas eleições de 2020 em Belo Horizonte. Com a decisão, os mandatos dos vereadores Wesley Moreira (PP) e César Gordin (Solidariedade), mais conhecido por Gordin da Galoucura, que chegaram à Câmara Municipal da capital mineira filiados à sigla, também foram cassados.

 

O partido foi condenado por lançar candidaturas laranjas de mulheres para fraudar a cota de gênero. No pleito, os nove candidatos com piores resultados foram mulheres, a maioria delas não chegou a receber mais de dez votos.

 



O ministro Floriano de Azevedo Marques, relator do processo, afirmou que "as candidatas tidas como fraudadoras ou fictícias tiveram votação zerada ou irrisória.(...) As candidatas não se empenharam em atos efetivos de campanha".

 

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Duas candidatas chegaram a usar suas redes sociais para fazer uma postagem em favor de candidatos masculinos da mesma sigla, alertou também Azevedo Marques. A lei determina que pelo menos 30% dos candidatos de cada partido devem ser do gênero feminino.

 

Duas das candidatas realizaram uma postagem em suas redes sociais propagandeando um candidato masculino do mesmo partido.

 

Com ad cassações, os votos totais na eleição de vereador de BH serão recalculados e dois novos candidatos serão eleitos para ocupar as cadeiras na Câmara.

 

Em nota, Gordin da Galoucura se manifestou por meio do Instagram. Confira abaixo a nota:

 

"Eu assumi o mandato em março de 2023 e tenho certeza que fiz muito, mais muito mais que vereadores com quatro anos de mandato. Consegui aprovar a lei que viabilizou o funcionamento da Arena MRV, se não fosse essa lei o estádio estaria até hoje fechado, deixando de gerar emprego e renda. Fiscalizei como ninguém fiscalizou o poder executivo sobretudo na saúde, batendo de frente mesmo para defender que a população tenha um atendimento digno. Usei as emendas parlamentares para saúde e para melhorar a cidade, sem corrupção e sem sacanagem. Participei de importantes discussões, resolvi o problema dos comerciantes do Barro Preto que iriam falir com a faixa exclusiva de ônibus. E tenho vários projetos que ainda não foram votados, cito aqui alguns temas: Defesa do consumidor, Proteção dos professores de escola pública, Esporte no contraturno escolar, homenagem às vítimas de briga entre torcidas organizadas, entre diversos outros. Mas perseguição é forte para quem bate de frente com o sistema.

Sou de um movimento historicamente marginalizado, nunca aceitaram minha presença em espaços de poder. Sempre tive que fazer dez vezes mais para mostrar meu valor e mesmo assim sou olhado com desconfiança. Talvez eu seja o único vereador na história que dei espaço em mandato para ajudar na ressocialização de egressos do sistema, mesmo sabendo dos riscos e dos julgamentos.

E quem está nessa posição fica na mira. Arrumaram um jeito de movimentar em Brasília um processo de 2020 contra o partido que fui candidato e que não tenho nada a ver.

Inclusive, se não fosse as candidaturas laranjas teria tido quatro anos de mandato ao invés de 1.

Mas quem vem de onde eu vim, sabe que nem sempre a justiça é justa. Não temos o direito de desistir. O lugar que ocupo não é só meu, estou abrindo caminhos e por isso seguimos na luta pelo certo."

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