Em tom de guerra, prometendo “bater no queixo” e não ser “docinho”, o presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, vereador Gabriel Azevedo (MDB), oficializou nesta sexta-feira (15/3) sua pré-candidatura à prefeitura da capital (PBH), em cerimônia que contou com a participação do presidente nacional da legenda, deputado federal Baleia Rossi (SP), do deputado federal Newton Cardoso Júnior, que comando a legenda no estado, e do deputado estadual João Magalhães (MDB), líder do governo no Legislativo, além lideranças de outras legendas.

 

“Se tem alguém vindo para essa eleição querendo bater, prepare o queixo, porque vai apanhar”, afirmou Azevedo. Agora, já são nove pré-candidatos na corrida pelo comando do Executivo da capital.

 




Citando o ex-governador Newton Cardoso (MDB), a quem Azevedo atribui o convite para se filiar ao partido, o vereador disse que ouviu dele a história da eleição do ex-prefeito Célio de Castro, já falecido, que comandou o Executivo entre 1997 a 2001 e começou a campanha atrás nas pesquisas, mas terminou eleito em segundo turno na disputa com o tucano Amilcar Martins.

 

“Mas com o apoio do PSB e do MDB, foi eleito, mostrando que o povo de Belo Horizonte não é afeito a quem dá ordem, não é afeito a candidatos de laboratório, não é afeito a quem não ama essa cidade”, afirmou Azevedo, que estava sem partido desde junho de 2021, quando foi expulso do Patriotas, por críticas ao então presidente Jair Bolsonaro (PL). Anteriormente, foi filiado ao PSDB, de onde saiu por divergências, e ao PHS (atual Podemos).


Justificando sua ida para um partido de centro, Azevedo disse que moderação não pode ser confundida com “frouxidão” e não com uma postura dúbia em relação aos problemas da cidade. “Eu sou um radical”, afirmou o presidente da Câmara, que enfrentou dois processos de cassação abertos pelos seus pares sob acusação de abuso de poder na relação interna, ambos já arquivados.

 

“Estou aqui no MDB não para ser tranquilinho. Eu estou aqui para mandar brasa”, disse o pré-candidato tendo ao fundo um banner onde se lia, “manda brasa, Gabriel”, mote de sua futura campanha. “Não esperem de mim um candidato docinho”, avisou. O vereador disse que várias pessoas tentaram impedir sua filiação à legenda e que outras disseram que ele foi aceito no partido para depois compor com outro candidato. A possibilidade de ser vice, segundo ele, não existe.

 

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O vereador disse ainda que seu desejo é ver a Lagoa da Pampulha limpa, ônibus com qualidade, uma cidade desenvolvida e “uma Câmara Municipal sem corrupção”. “E ganhei com tudo isso a vontade de efetuarem contra mim uma cassação. Não me cassaram, não estou morto, estou vivo , estou no jogo e se cuide porque a gente vai rumo à prefeitura”, afirmou o pré-candidato que várias vezes fez críticas ao prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), que também já lançou sua pré-candidatura à reeleição.

 

Centro

 

“Precisamos requalificar o centro, com prédios de muitas moradias, precisamos de um programa forte de habitação nas favelas, para as pessoas morarem com dignidade. Sem sombra de dúvida calçada não é lugar para as pessoas viverem, precisamos de uma política radical para mudar a realidade de quem está nas ruas de BH. Além disso, criar trabalho e gerar renda em BH. Tudo isso é difícil porque tem uma prefeitura lerda, lenta, que burocratiza a vida do cidadão”, afirmou Gabriel. Azevedo foi eleito presidente da Câmara com apoio de Fuad, mas é seu principal opositor no parlamento municipal.

 

Além de Noman e Azevedo, Belo Horizonte já conta com outros pré-candidatos ao comando da cidade: o deputado federal Rogério Correia (PT), o deputado estadual Bruno Engler (PL), as deputadas estaduais Bella Gonçalves (Psol) e Ana Paula Siqueira (Rede), o senador Carlos Viana (Podemos), o ex vice-prefeito Paulo Lamac (Rede) e a deputada federal Duda Salabert (PDT). Ainda podem engrossar a disputa, o deputado federal Pedro Aihara (Patriota) e o deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos).

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