A Polícia Federal (PF) apresentou o relatório da investigação que apura a falsificação de certificados de vacinas de Covid-19 do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados, apontando para uma ligação entre o caso e uma tentativa de golpe de estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. O documento foi divulgado nesta terça-feira (19/3) após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspender o sigilo.

 

O documento ainda indicia o ex-presidente, seu ex-ajudante de ordens Mauro Cid e o deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ), além de outras 14 pessoas, apontando para os crimes de inserção de dados falsos em sistema público e associação criminosa. As penas podem variar de 1 a 12 anos e multa.

 



Segundo a PF, o grupo criminoso que teria sido formado para o esquema de falsificação poderia usar a estrutura do Estado para obter vantagens ilícitas. Após uma tentativa inicial de golpe, os documentos adulterados estariam à disposição “para cumprir eventuais requisitos legais para entrada e permanência no exterior (cartão de vacina), aguardando a conclusão dos atos relacionados que eclodiram no dia 8 de janeiro de 2023".

 

 

A PF ainda aguarda informações decorrentes do pedido de auxílio do Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Um dia antes da posse de Lula como presidente, Bolsonaro viajou para Orlando, na Flórida, e ficou três meses por lá.

 

O relatório agora será enviado à Procuradoria-Geral da República, que decidirá se há elementos suficientes para apresentar uma denúncia à justiça. Pelas redes sociais, o advogado do ex-presidente Bolsonaro, Fabio Wajngarten, classificou o indiciamento como um “absurdo” e “perseguição política”.

 

De acordo com o advogado, a defesa ainda não teve acesso ao caso, mas toda a população conhece o posicionamento de Bolsonaro em relação a vacina contra Covid-19. Ele também afirma que o ex-presidente adquiriu 600 milhões de doses do imunizante para a população.

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