A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, em nota enviada à imprensa nesta terça-feira (19/3), que os cartões vacinais falsificados para ele e a filha, Laura Bolsonaro, foram feitos sem que o ex-presidente tivesse ciência sobre o fato e apontou que nunca solicitou tal medida.

"Se qualquer pessoa tomou providências relacionadas às carteiras de vacinação do ex-Presidente e de sua filha, o fez por iniciativa própria, à revelia de ambos, sendo claro que nunca determinaram ou mesmo solicitaram que qualquer conduta, mormente ilícita, fosse adotada em seus nome", disse a defesa do ex-presidente



A posição se dá após a Polícia Federal (PF) indiciar Bolsonaro, o ex-ajudante de ordens tenente-coronel Mauro Cid e outras 15 pessoas por terem participado do esquema de fraude de cartões de vacina. Os federais alegam que a falsificação só foi possível por ter sido realizada com a ajuda de diversas autoridades, além de profissionais de saúde e militares.

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A nota alega que o governo dos Estados Unidos não exigia vacinação de presidentes em exercício, o que era o caso de Bolsonaro, que deixou o Brasil no final de dezembro de 2022, pouco antes da posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT); e nem de crianças e que, na época, Laura teria 12 anos.

Em depoimento à PF, que está em sigilo, mas que teve trechos vazados, Cid "confirma que pediu os cartões do ex-presidente e sua filha (...) sob determinação do ex-presidente Jair Bolsonaro e que imprimiu os certificados; que solicitou a inserção de dados no sistema CONECTESUS (Ligado ao Ministério da Saúde) de sua esposa, filhas, ex-presidente Jair Bolsonaro e de sua filha".

Em outro trecho, o ex-ajudante de ordens afirma que a ação foi feita devido a ordens dadas por Bolsonaro para que fossem colocados os dados falsos e que "certificados foram impressos e entregue em mãos ao presidente".

A nota, que tem entre os autores o ex-chefe da Secretaria de Comunicação Social Fabio Wajngarten, afirma que "não há nos autos nenhuma prova da conduta do ex-presidente".

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