SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Giniton Lages, delegado suspeito de envolvimento na morte de Marielle Franco e Anderson Gomes, escreveu um livro sobre o caso em 2022.

 

Sob o título "Quem matou Marielle? Os bastidores do caso que abalou o Brasil e o mundo, revelados pelo delegado que comandou a investigação", Lages, primeiro responsável pelas diligências, publicou 296 páginas retratando como o crime foi executado.

 

A editora responsável, Matrix, escreve em seu site que a obra apresenta "em detalhes como foi esse trabalho de apuração do crime, acompanhando os bastidores do caso na visão de Giniton Lages, o primeiro delegado designado para a tarefa e que enfrentou diversas dificuldades para a elucidação do homicídio".

 



 

 

No decorrer do texto, Lages narra ter sido aquela a ocorrência mais desafiadora de sua carreira, entrevista a única sobrevivente do atentado, a assessora Fernanda Chaves, e destaca suspeita contra milicianos.

 

"Acredito que eu e todos os policiais que participaram dessa investigação comigo honramos a vida de Marielle Franco e de Anderson Gomes. É esse resultado que buscamos todos os dias no nosso trabalho e em todos os casos. Como sempre digo, toda vida importa", diz o último parágrafo do título.

 

A Polícia Federal prendeu neste domingo (24) três suspeitos de mandar assassinar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, além da tentativa de matar Fernanda Chaves, em março de 2018.

 

Os três presos são o deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ) e seu irmão, o conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado) do Rio Domingos Brazão, e o delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil no Rio.

 

No mesmo dia, Ginilton Lages foi alvo de buscas, afastado de suas funções na Polícia Civil e obrigado a usar tornozeleira eletrônica.

 

Os nomes envolvidos são suspeitos de serem os autores intelectuais dos crimes de homicídio, segundo a investigação da Polícia Federal. Também são apurados os crimes de organização criminosa e obstrução de justiça.

 

Lages disse à Folha de S.Paulo que nunca recebeu orientação de Rivaldo Barbosa -então chefe da Polícia Civil do Rio e preso sob suspeita de arquitetar o crime- para deixar de investigar alguém. "Sempre contei com independência e autonomia", afirmou.

 

A operação é realizada no domingo para surpreender os suspeitos, conforme as primeiras informações. Há a suspeita de que eles tentariam fugir.

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