A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou que ele esteve hospedado na embaixada da Hungria em Brasília por dois dias, após ter tido o passaporte apreendido pela Polícia Federal. Em nota enviada à imprensa, nesta segunda-feira (25/3), os advogados afirmam que a visita teve como motivação “manter contatos com autoridades do país amigo”.
A estadia de Bolsonaro no prédio da embaixada foi divulgada pelo jornal The New York Times, com imagens do circuito interno de segurança. A defesa ainda afirma que o ex-presidente foi convidado a se hospedar, e teve conversas com inúmeras autoridades para atualizar os cenários políticos das duas nações.
“Quaisquer outras interpretações que extrapolem as informações repassadas se constituem em evidente obra ficcional, sem relação com a realidade dos fatos e são, na prática, mais um rol de fake news”, escreve a nota assinada pelos advogados Paulo Bueno, Daniel Tesser e Fábio Wajngarten.
Segundo o jornal americano, a estadia na embaixada sugere que o ex-presidente estava tentando aproveitar sua amizade com um colega líder de extrema-direita, o primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán, numa tentativa de evitar o sistema judiciário brasileiro.
A defesa ainda lembra que, de fato, Bolsonaro nutre uma boa relação com o premier. "Como é do conhecimento público, o ex-mandatário do país mantém um bom relacionamento com o premier húngaro, com quem se encontrou recentemente na posse do presidente Javier Milei, em Buenos Aires”, conta a nota.
Bolsonaro é investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por uma suposta tentativa de golpe de Estado. A Polícia Federal aponta para a formação de um grupo criminoso ao redor do ex-presidente, incluindo os membros militares do seu governo e integrantes da alta cúpula das Forças Armadas na época.