Carla Zambelli, deputada federal -  (crédito: Redes Sociais/Reprodução)

Carla Zambelli, deputada federal

crédito: Redes Sociais/Reprodução

O Supremo Tribunal Federal (STF) vai começar, em junho, as audiências de testemunhas na ação penal aberta contra a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) por perseguir um apoiador do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com uma arma em punho em uma rua de São Paulo na véspera do segundo turno presidencial de 2022.

 

 

A ação corre em segredo de Justiça no Supremo e tem o ministro Gilmar Mendes como relator.

 

Ontem, segunda-feira (8/4), em participação no programa "Roda Viva", da TV Cultura, o filho ‘02’ do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), deixou seu apoio público à deputada federal.

 

O parlamentar rechaçou a hipótese de que a derrota do pai na disputa pela reeleição tenha sido influenciada por um episódio envolvendo Zambelli.

 

 

Vale relembrar que o próprio Jair Bolsonaro (PL) já creditou parte do peso de seu revés contra Luiz Inácio Lula da Silva à postura da aliada. O discurso encontrou eco em outras figuras próximas ao ex-presidente, como senador Ciro Nogueira (PP), ex-ministro da Casa Civil, que chamou Zambelli de "louca" em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo ao definir que o grupo político perdeu a eleição "para nós mesmos".

 

A tese, contudo, foi refutada por Flávio. “Quero aproveitar para desfazer uma grande injustiça que acontece hoje. As pessoas colocam na conta da deputada Carla Zambelli o Bolsonaro ter perdido, por causa daquele fato que ocorreu um ou dois dias antes das eleições. Reafirmo aqui: a Carla sempre foi uma parlamentar 100% alinhada conosco, uma mulher correta, uma batalhadora. Já passou muita dificuldade na vida. Uma das mais bem votadas na história das eleições. E não foi isso que interferiu nas eleições. Indiscutivelmente o processo eleitoral pesou muito mais — defendeu o senador, que, ao longo da participação no programa, questionou a imparcialidade da Justiça Eleitoral por uma suposta postura contrária ao então aspirante à reeleição.”

 

 

No ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) abriu uma ação penal contra Zambelli por conta do episódio, quando ela, armada, perseguiu um homem negro após uma discussão de cunho político. Em novembro, a deputada foi mantida como ré por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal com emprego de arma de fogo.

 

Embora a parlamentar tenha porte de arma, o ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo, defendeu que "o uso fora dos limites da defesa pessoal, em contexto público e ostensivo, ainda mais às vésperas das eleições, em tese, pode significar responsabilidade penal".