Chiquinho Brazão é apontado como um dos mandantes dos crimes -  (crédito: MARIO AGRA/CÂMARA DOS DEPUTADOS)

Chiquinho Brazão é apontado como um dos mandantes dos crimes

crédito: MARIO AGRA/CÂMARA DOS DEPUTADOS

Em votação na noite desta quarta-feira (10/4), a Câmara dos Deputados decidiu manter a prisão do deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ). O parlamentar está preso desde o fim de março por suspeita de ser um dos mandantes da morte da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco (Psol).

O placar ficou em 277 votos a favor de manter a prisão, 129 contra e  28 abstenções. O parlamentar seguirá detido na penitenciária de segurança máxima de Campo Grande (MS).

 

 

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), optou por um rito rápido e com restrições. Ele vetou discursos durante a discussão do caso e permitiu que apenas o relator, DarciMatos (PSD-SC), e o advogado Cleber Lopes, defensor de Brazão, usassem a palavra. Lira usou como precedentes dois casos recentes de votação sobre prisão de parlamentares, o de Wilson Santiago (MDB-PB), de 2020, e de Daniel Silveira (PTB-RJ), em 2021.

 

 

O relator reafirmou entender haver envolvimento de Brazão na morte deMarielle. E disse: "Sem dúvida alguma, após esse episódio pontual, precisamos aprofundar o debate sobre prerrogativas de parlamentares, mas não para proteger a atuação do parlamentar. E visando os interesses coletivos, e não individuais".

 

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Na defesa de Brazão, o advogado afirmou que seu cliente foi algemado e "exposto como um troféu para a mídia". E disse que o parlamentar é alvo de uma barbárie de tortura psicológica. Ele chamou a denúncia da Polícia Federal de "peça teatral".

"Ele foi algemado e exposto na mídia para que todo o país pudesse ver o tratamento dispensado a um parlamentar no Brasil. Foi um abuso. É trazido para Brasília como um troféu para a mídia e levado para um presídio onde estão chefes de facção criminosa, de alta periculosidade. E transferido algemado de madrugada. E fica 23 horas fechado no cárcere, com apenas uma hora de banho de sol", disse o advogado. "A prisão preventiva contra meu cliente se deu ao arrepio da Constituição".