
Desidratado, projeto que combate fake news nas escolas avança na ALMG
Proposta criava obrigatoriedades para o Estado e foi modificado na CCJ. Autor do texto crê na aprovação pelos colegas
Mais lidas
compartilhe
Siga noO projeto de lei (PL) que pretende combater fake news nas escolas foi aprovado nessa quarta-feira (10/4) na Comissão de Educação da Assembleia Legislativa. No entanto, o texto foi "desidratado", nas palavras do autor da proposta Professor Cleiton (PV).
O Projeto de Lei (PL) 603/23 pretendia, originalmente, combater as fake news no ambiente estudantil a partir da inclusão de conteúdo contra notícias falsas no Currículo de Referência de Minas Gerais. Assim, o material teria como objetivo auxiliar os alunos da rede pública e privada na identificação de assuntos que promovam a confusão e desinformação.
- Leia também: Parlamentares criticam derrubada do PL das Fake News
No entanto, a proposta não apresentava uma estimativa de custos e nem indicava de onde viriam os recursos caso fosse aprovada pelos deputados e sancionada pelo governador. A relatora da proposta na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Beatriz Cerqueira (PT), sugeriu modificações. Ela apontou ainda que o texto pretendia criar uma obrigatoriedade ao Poder Executivo.
Beatriz reafirmou que as escolas devem ter autonomia na definição de quais materiais educacionais serão priorizados, considerando a realidade educacional, de seu entorno e de seus alunos, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB).

PL 603/23 foi aprovada na Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia e seguirá para a Comissão Administrativa
Segundo o Professor Cleiton (PV), a proposta original era mais incisiva quanto à obrigatoriedade do Estado no combate à desinformação: “O projeto foi um pouco desidratado, mas ainda sim tem importantes ferramentas de combate à desinformação, pois essa bandeira passa a ser uma diretriz e responsabilidade do Estado”, avaliou o parlamentar.
O deputado afirma que a administração estadual deve adotar medidas para que a informação falsa não seja disseminada. “Materiais publicitários, treinamento de integridade dos servidores, elaboração de programas e matérias de ensino e canais de comunicação” são necessários, segundo ele.
O projeto também prevê o combate à desinformação dentro da comunicação pública do Estado. Com isso, a proposta sugere que o Estado destine parte da verba utilizada para publicidade como horário nos veículos de comunicação oficiais do Estado, como Rede Minas, Rádio Inconfidência e perfis oficiais nas mídias sociais, de maneira a combater a desinformação fraudulenta.
12/04/2024 - 10:11 STF forma maioria para ampliar foro privilegiado; Mendonça pede vista 12/04/2024 - 10:29 Como nova regra do foro privilegiado pode ampliar poderes do STF sobre Bolsonaro e outros políticos 12/04/2024 - 12:04 Alckmin diz que Lula está "macetando" a inflação
No entanto, o PL não define horários ou quantidade de publicidade, uma vez que o Legislativo não deve criar obrigatoriedades ao Executivo. Assim, “o Ministério Público, a ALMG e o TCE poderão verificar se o Estado vem cumprindo ou não as medidas para combater a desinformação e acionar judicialmente ou recomendar que o Estado se adeque, em caso de descumprimento”, explica Professor Cleiton. deputado.
Agora, o PL 603/23 segue para a Comissão de Administração Pública (APU), e retornará à Comissão de Mérito, podendo ser a própria APU ou a de Educação, onde receberá o parecer de segundo turno e seguirá para a votação no plenário. Professor Cleiton é otimista quanto à aprovação: “Como o combate à desinformação faz parte da eficiência na administração, entendemos que a base do governo vá se posicionar favorável ao PL”.
*Estagiária sob a supervisão do subeditor Humberto Santos