Durante discurso nesta terça-feira (16/4) na Cúpula Virtual da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que a invasão de militares equatorianos à embaixada do México é "inaceitável" e propôs um pedido formal de desculpas por parte do Equador.
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"Muito me entristece que, passados menos de dois meses da Cúpula de Kingstown, estejamos reunidos para discutir a invasão da Embaixada do México por forças policiais armadas do Equador. Medida dessa natureza nunca havia ocorrido, nem nos piores momentos de desunião e desentendimento registrados na América Latina e no Caribe. Nem mesmo nos sombrios tempos das ditaduras militares em nosso continente", declarou.
"O que aconteceu em Quito, no último dia 5, é simplesmente inaceitável e não afeta só o México. Diz respeito a todos nós. Um pedido formal de desculpas por parte do Equador é um primeiro passo na direção correta", emendou.
O petista ainda voltou a apontar a gravidade da situação e reforçou ter "o dever de expressar claramente o inequívoco repúdio da região ao ocorrido".
Por fim, Lula disse que o desafio da Celac é reconstruir diálogos e zelar para que episódios semelhantes não ocorram novamente na região.
"Absolutamente nada justifica a cena a que assistimos em Quito. Nosso desafio agora é o de encontrar caminhos para a reconstrução da confiança e do diálogo. E finalmente, quero apelar a todos para que assumamos o compromisso de trabalhar para que episódios como este nunca mais voltem a ocorrer em nossa região". O discurso não foi transmitido em vídeo pelo governo brasileiro e a transcrição do discurso de Lula foi divulgado pelo Palácio do Planalto após o evento.
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No último dia 6, Lula já havia comentado sobre o tema e prestou solidariedade ao presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, após invasão de forças policias na embaixada do país, em Quito para prender o ex-vice-presidente Jorge Glas, condenado a seis anos de prisão por corrupção — que recebeu asilo mexicano.
Na mesma ocasião, o ministério das Relações Exteriores condenou a investida e destacou que a ação viola a Convenção Americana sobre Asilo Diplomático e à Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas.