O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi as redes sociais afirmar que o Brasil está próximo de se tornar uma ditadura e convocou seus apoiadores a irem a um ato em Copacabana no Rio de Janeiro neste domingo (21/4).
- Copacabana/convite.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) April 18, 2024
- Próximo domingo, 10 horas.
- Nunca estivemos tão perto de uma ditadura. Não vamos desistir do Brasil.
- Deus, Pátria, Família e Liberdade. pic.twitter.com/pDE3z28wiF
"O mundo todo toma conhecimento do quanto está ameaçada a nossa liberdade de expressão e de quanto estamos perto de uma ditadura", afirma.
Apesar das falas de Bolsonaro, ele é alvo de uma investigação da Polícia Federal (PF) sobre uma tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. A apuração indica uma tentativa de não passar o cargo para o presidente eleito em 2022, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e manter Bolsonaro no poder.
Até o momento a PF encontrou um documento com o ex-ministro da Justiça Anderson Torres que propunha uma interpretação das lei para fazer a manobra. A mesma minuta foi apresentada por Bolsonaro em encontro com os chefes das Forças Armadas dias antes da posse do petista.
Leia também: Michelle Bolsonaro já usou blusa com falas de Gabriela Hardt contra Lula
O general Freire Gomes alega ter dito na reunião, que não aceitaria qualquer ato de ruptura institucional. Ele também teria ameaçado Bolsonaro de prisão caso tentasse colocar um golpe de Estado em prática. O comandante da Aeronáutica na época, Baptista Júnior, também teria avisado que não iria apoiar a aventura golpista.
O plano de tentativa também foi confirmado pelo ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, em delação premiada.
A PF aponta que o documento que previa a ruptura institucional previa inicialmente a prisão dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). A versão final, aprovada por Bolsonaro, teria apenas a prisão de Moraes.
A defesa de Jair Bolsonaro negou a participação em qualquer crime e criticou as falas dos ex-comandantes das Forças Armadas e chamam os depoimentos de "folclóricos".