O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou a política de reajuste salarial do governo Lula para os servidores federais. O governo federal defende uma recomposição de 9%, no entanto, entre 2025 e 2026, sem nenhum aumento previsto este ano. Nos últimos dias se intensificaram a pressão sobre o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com possibilidade de um movimento de greve, para os reajustes salariais.
Ao criticar a política de reajuste salarial, Bolsonaro usou feitos do seu governo para comparação. No entanto, os dados apresentados pelo ex-presidente não tratam do mesmo reajuste.
"Como estímulo à principal fase da educação, a alfabetização, sancionamos o maior reajuste da história em 2022 (33,24%), com isso, a remuneração mínima passou para R$ 3.845 em todo o país a partir daquele momento", disse Bolsonaro ao publicar uma notícia da Jovem Pan News noticiando a falta de reajuste e a possibilidade de greve de professores.
Em 2022, o ex-presidente concedeu o reajuste de 33,23% para os professores da rede pública de educação básica. No entanto, a correção se aplicava à esfera federal, estadual e municipal, não sendo de responsabilidade do governo esses dois últimos pagamentos. Já o reajuste debatido pelo governo federal é exclusivo dos servidores públicos federais.
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À época, o reajuste sancionado por Jair Bolsonaro chegou a ser alvo de críticas da Confederação Nacional dos Municípios (CNM). De acordo com a entidade, o reajuste causaria um impacto de R$ 30,46 bilhões nos cofres dos municípios, "colocando os entes locais em uma difícil situação fiscal e inviabilizando a gestação da educação".
À época, o Ministério da Educação argumentou que poderia "socorrer" os municípios que não conseguissem pagar o reajuste.
Reajuste
Diante do conflito, o governo federal sinalizou aos sindicatos que deve ocorrer uma nova Mesa Nacional de Negociação, paralisada desde o final de fevereiro, para debater o assunto. Há expectativas que a reunião ocorra na próxima semana.