Advogado da família Bolsonaro, Fabio Wajngarten saiu em defesa do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) após entrevista ao "Roda Viva" na noite de segunda-feira (9/4). Durante o programa, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que o impeachment de Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF) não seria a resposta correta na “guerra” bolsonarista contra o Supremo.
Para Flávio, destituição do ministro "não é o caminho certo". Segundo o senador, o episódio com Musk é uma chance para o STF "voltar à normalidade" e arquivar inquéritos como o das milícias digitais.
"Vamos por partes. Primeiro: sempre que puder, vou buscar o diálogo. Não acho que pedir o impeachment de ministro do STF vá resolver os problemas do Brasil. Sempre acreditei em uma autorregulação do Supremo. Essa é uma ótima oportunidade para que o Supremo possa retomar as rédeas da Corte e parar de ser sugada toda hora para dentro de uma discussão — que não é institucional e relativa somente a um ministro. As coisas só vão voltar à normalidade quando esses inquéritos todos forem arquivados”, afirmou.
Nas redes, Wajngarten saiu em defesa de Flávio, que foi chamado de “burro” e atacado pelos próprios apoiadores. Segundo ele, a entrevista de Flávio foi de excelente qualidade. “Não fugiu de perguntas, deixou tudo às claras e muito bem explicado. Flávio foi completamente certeiro até mesmo em uma questão espinhosa, como um possível processo de impeachment contra um ministro do STF”, afirmou o advogado.
“Ainda há tempo para a própria Corte reequilibrar a balança entre os poderes, diminuir a tensão e voltar para o rito institucional normal, sem decisões anabolizadas de um único ministro contra um grupo político. Flávio deixou claro que o diálogo está aberto, mas que o Senado tem, e sempre vai ter, a prerrogativa de investigar, analisar e, se entender como um remédio necessário, abrir um processo de impeachment contra um integrante do STF. Quem não entendeu isso, viu apenas um recorte retirado de contexto”, concluiu.
No "Roda Viva", Flávio Bolsonaro também saiu em defesa de Musk, que vem travando um embate com Moraes. No domingo (7/4), o ministro determinou que Musk seja investigado por obstrução à Justiça, inclusive em organização criminosa, e incitação ao crime, após o bilionário anunciar que retiraria todas as restrições de contas no X determinadas pelo Judiciário brasileiro. Até o momento, Musk não cumpriu a ameaça, mas usou a rede social, enquanto a entrevista acontecia, para atacar o ministro e pedir seu impeachment, chamando-o de ditador e acusando-o de ter favorecido a eleição de Lula.