O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou, nesta quarta-feira (10/4), a possibilidade de greve por diversas categorias de servidores federais. Lula defendeu que greves são um direito dos trabalhadores, mesmo que o governo não gostei, e brincou que "não tem moral" para criticar paralisações devido a sua origem política.

 

Os comentários ocorreram durante solenidade no Palácio do Planalto, no mesmo dia em que o governo realiza reunião extraordinária com servidores, nesta tarde, para tentar chegar a um acordo sobre a recomposição salarial.

 

 

Lula citou o tema enquanto fazia a abertura do evento de lançamento de 112 mil unidades do Minha Casa Minha Vida Rural e Entidades. Ao cumprimentar os ministros presentes, o presidente mencionou a ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck.

 

“Vocês acompanham pela imprensa que ela está fervilhando de problemas. Ou seja, eu até acho que eu não deveria ter deixado ela vir para cá, para ela ficar lá negociando antes que a gente receba de presente as greves”, comentou o presidente. “A gente pode até não gostar, mas elas são um direito democrático dos trabalhadores se não se sentirem atendidos pelo governo”, acrescentou.

 

Lula também brincou com o seu passado político, já que ganhou projeção ao liderar algumas das maiores greves do país, dos metalúrgicos do ABC Paulista, entre 1978 e 1980. “Eu não tenho moral para falar contra greve, porque eu nasci das greves. Então eu sou obrigado a reconhecer”, afirmou.

 

O governo enfrenta uma série de demandas e insatisfações dos servidores federais, e algumas categorias ameaçam iniciar greves. Eles reclamam da proposta feita pelo governo envolvendo a recomposição salarial e os valores dos benefícios, como auxílios alimentação, saúde e creche.

 

Em meio à possibilidade de greve, o governo adiantou em caráter extraordinário a reunião da Mesa Nacional de Negociação Permanente, prevista apenas para junho. O encontro ocorre a partir das 14h30, na sede do Ministério da Gestão.



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