FOLHAPRESS - O vereador Carlos Bolsonaro (PL) classificou nesta quinta-feira (11) como uma covardia e "trauma desnecessário" as investigações contra ele na Polícia Federal sobre a suposta "Abin paralela" montada na gestão de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Carlos mencionou o tema durante discurso na Câmara Municipal do Rio de Janeiro durante entrega da medalha Pedro Ernesto, a maior honraria do legislativo carioca, ao deputado federal Alexandre Ramagem (PL) ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e também investigado no caso.
"Eu jamais pensei que fosse passar por um momento que eu passei. Uma covardia extrema. Jamais pensei no Ramagem como presidente da Abin e então deputado federal fosse passar pelo que passou. Imagino o que passa na cabeça da Rebeca, sua esposa, e da sua família. Um trauma desnecessário, covarde", disse o vereador.
Ramagem e Carlos foram alvos de busca e apreensão em janeiro deste ano no âmbito de uma investigação que apura o uso ilegal contra opositores de Bolsonaro de softwares de monitoramento.
A PF encontrou um print de uma troca de mensagens em que Carlos pede informações a Ramagem, por meio de assessora, sobre investigações em andamento. O filho de Bolsonaro é apontado como integrante do núcleo político da organização criminosa, por ser destinatário de informações produzidas pela Abin durante a gestão de Ramagem. Como mostrou a Folha de S.Paulo, o pedido é de quando Ramagem já não estava mais na Abin.
Em seu discurso, Carlos afirmou que se distanciou do deputado quando ele assumiu a Abin. O objetivo, segundo ele, era evitar levantar suspeitas.
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"Gostaria de expor minha relação com Ramagem quando ele foi diretor da Abin, que foi nenhuma. Tive uma preocupação inicial de jamais demonstrar qualquer tipo de proximidade profissional", disse o vereador.
"Mas me doía muito ver um amigo meu, ao cruzar comigo no corredor, eu falar para ele: 'Ramagem, não fala comigo não, porque, senão, vão fazer maldade com a gente'. Isso sempre aconteceu e culminou com os senhores sabem com o quê."
O vereador também expôs a relação próxima que mantém com Ramagem, indicado por Bolsonaro como pré-candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro.
"Falar do deputado Alexandre Ramagem para mim é um pouco complicado. É uma mistura de agradecimento, satisfação, covardia -não nossa, mas o que fazem com a gente-, carinho. Vou parar por aqui porque podem levar para outra conotação", disse ele.
Ramagem não tratou diretamente da investigação. Afirmou apenas que a esquerda tenta censurar e extinguir os movimentos de direita do país.
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O deputado elogiou Carlos Bolsonaro, a quem chamou de "amigo e irmão".
"Fundamental a todo movimento de direita que ocorre no Brasil. Todo esse motor que deixa aqueles do estamento burocrático da esquerda apavorados com o movimento que se forma. Tentam nos censurar, tentam nos extinguir. Está na doutrina deles."