Em 2018, quando ainda era futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro, desembarcou em Itacuruçá (RJ) carregando o cachorro da família e vestindo uma camiseta com a frase: "Se começar nesse tom comigo, a gente vai ter problema". A estampa fazia referência a uma frase dita pela juíza Gabriela Hardt ao então ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante o depoimento prestado por ele à Justiça de Curitiba. Gabriela Hardt era a sucessora de Sérgio Moro nas ações penais da operação Lava-Jato.

 




Nesta segunda-feira (15/4), o corregedor nacional de Justiça, ministro Luís Felipe Salomão, afastou a juíza por supostos atos de burla à ordem processual, violação do código da magistratura e prevaricação.

 

O caso pelo qual ela foi afastada é uma reclamação disciplinar a respeito da homologação do acordo para criar uma fundação a partir de recursos recuperados da Petrobras. Ela foi a responsável por homologar o acordo fechado pela estatal com o Ministério Público Federal (MPF) e autoridades dos Estados Unidos, em 2019.

 

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Um dos pontos citados para o afastamento é que, em depoimento, a magistrada admitiu ter conversado "informalmente" com o ex-procurador Deltan Dallagnol sobre um pedido de homologação de acordo entre a Lava-Jato e a Petrobras. Hardt depois homologou o acordo. Para Salomão, a decisão da juíza foi tomada "sem o feito estar devidamente instruído, com diversas ilegalidades patentes".

 

Sergio Moro também é alvo da mesma reclamação disciplinar. O corregedor ressaltou, no entanto, que as suspeitas contra ele serão analisadas futuramente, já que "não há nenhuma providência cautelar a ser adotada no campo administrativo".

 

Como Moro deixou o cargo de juiz em 2018, o CNJ não poderia afastá-lo.

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