A ministra das Relações Exteriores da Argentina, Diana Mondino, afirmou nesta segunda-feira (15/4) que seu governo jamais vai interferir em processos judiciais de outros países.

 

A declaração ocorreu após Diana ser questionada sobre o encontro, na semana passada, do presidente argentino, Javier Milei, com o bilionário Elon Musk. Na ocasião, segundo a assessoria de Milei, o líder argentino "ofereceu colaboração" no conflito entre o empresário, dono da rede social X (antigo Twitter), e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) no Brasil.

 

"Os temas internos e posições de cada país são próprios de cada país. O governo argentino jamais vai interferir nos processos democráticos ou judiciais de cada país. Confiamos na Justiça de cada país, nós defendemos a liberdade de expressão de todos", declarou a ministra.

 

A fala ocorreu no Palácio do Itamaraty, em Brasília, onde Mondino realizou uma reunião com o chanceler Mauro Vieira.

 

 


 

Presidente da Tesla, Musk é ídolo da direita bolsonarista. O bilionário é ainda referência para líderes da direita radical no mundo. Nos últimos dias, recebeu Milei, que também se inspira no ex-presidente dos EUA Donald Trump.

 

Musk protagonizou um recente embate com o ministro do STF Alexandre de Moraes.

 

O bilionário defendeu o impeachment de Moraes, chegou a chamá-lo de ditador do Brasil e reclamou das decisões do Supremo que tiraram do ar perfis na rede X. O magnata também afirmou que derrubaria as restrições impostas pelo Judiciário do país.

 

"Como @alexandre se tornou o ditador do Brasil? Ele tem Lula em uma coleira", escreveu o empresário em 8 de abril, na rede social, junto com um emoji de risada.

 

Ele disse ainda que Moraes tirou "Lula da prisão" e influenciou na eleição, ecoando discurso de apoiadores de Bolsonaro, e que por isso o atual mandatário não se opõe ao magistrado.

 

Os ataques de Musk contra Moraes provocaram uma reação dos demais ministros do STF. Além do mais, Moraes incluiu o empresário como investigado no inquérito das milícias digitais.

 

O presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, divulgou nota para afirmar que decisões judiciais podem ser objetos de recursos, mas jamais de descumprimento deliberado. Já o ministro Edson Fachin disse ao jornal "Folha de S.Paulo" que descumpri-las é "subversão da ordem".

 

O episódio serviu ainda para que aliados de Lula renovassem a defesa pela regulação das redes sociais e das bigs techs no país. No entanto, após ser votado no Senado, a proposta empacou na Câmara e não será votada

 

O próprio Lula se envolveu na troca de farpas e disse que Elon Musk nunca produziu "um pé de capim no Brasil".

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