O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou nesta sexta-feira (19/4) que vai entrar com recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) após o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) absolver o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) de acusações de abuso de poder político e econômico nas eleições de 2022. A decisão contraria o que defende o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que alega que o eleitorado de Moro é o mesmo do PL.
"Vamos entrar com o recurso no TSE, sim. Essa retirada não ficaria bem para o partido e teríamos que arcar com a multa. Entrei com a ação para defender os interesses políticos do partido e seguirei agindo desta maneira. Tenho que defender os parceiros do PL", disse Valdemar, em entrevista ao jornal O Globo.
Em 10 de abril, o TRE-PR absolveu Moro por 5 a 2. No julgamento, prevaleceu o entendimento do relator do caso, o desembargador Luciano Carrasco Falavinha Souza, para rejeitar as acusações do PL e do PT contra o senador e ex-juiz da Operação Lava-Jato.
Leia também: Malafaia sobre ato pró-Bolsonaro em Copacabana: 'Vou botar para quebrar'
Acompanharam o voto do relator os desembargadores Cláudia Cristina Cristofani, Guilherme Frederico Hernandes Denz, Anderson Ricardo Fogaça e Sigurd Roberto Bengtsson — presidente do TRE-PR. Já os magistrados José Rodrigo Sade e Julio Jacob Junior votaram pela cassação do mandato de Moro.
Antes do julgamento, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que seu pai pediu ao PL que não recorresse ao TSE se Moro fosse absolvido. A avaliação é a de que o desgaste político de o PL estar associado ao PT no processo seria mais danoso do que as desavenças antigas com Moro.
Moro afirmou que foi vítima de "retaliação" nos processos que o acusavam de abuso de poder político e econômico. "No fundo, não passam de oportunismo misturado com retaliação contra o combate à corrupção feita na operação Lava-Jato. A Justiça deu uma resposta firme contra essa pretensão absurda. Há, ainda, e eu sei disso, um caminho pela frente. Mas eu espero que a solidez desse julgamento sirva como um freio a perseguição absurda que eu e minha família sofremos desde o início deste mandato", disse.