“Vou dar todo o mérito e aplaudir.” Essa foi a frase usada pelo governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), sobre o protagonismo do presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD), quando o assunto é a questão da dívida mineira. Em seu primeiro café da manhã com jornalistas - depois de 6 anos à frente do governo mineiro - o chefe do Executivo deixou claro que não quer ter nada a ver com disputas políticas e que deseja que a resolução da dívida mineira seja seu legado ao estado, mesmo que ele não seja o principal negociador da questão. No fim de semana, o governador foi vaiado na entrega da Medalha da Inconfidência, em Ouro Preto

 

Evidenciando suas discordâncias com o governo federal, o mineiro fez elogios às ações de Pacheco nos bastidores, que traçou um plano de renegociação em paralelo ao apresentado pelo Ministério da Fazenda. Na última semana, Zema já tinha dito que a dívida de Minas havia se tornado impagável.

 

 

No texto apresentado pelo senador, nesta semana, ele propõe que por meio da federalização de estatais e desconto de até 50% do restante, a dívida seja reduzida a R$40 bilhões. Apesar das resistências, o senador não abre mão da federalização nem do desconto de gêneros, diferentemente do Ministério da Fazenda.

 



 

Essa parece ser a mesma opinião de Zema que, ao falar sobre as negociações com Fernando Haddad - chefe da Fazenda petista -, afirmou que o ministro está “fazendo o papel da Fazenda, de fazer o mínimo”. Apesar da discordância na questão da dívida, o governador elogiou o ministro ao dizer que a relação entre os dois é positiva. Para ele, Haddad vem “segurando a barra” das “gastanças” do governo federal

 


Ao ser questionado sobre o protagonismo de Pacheco, que além de ser o principal negociador da dívida, vem traçando um plano para conquistar o governo de Minas Gerais em 2026, Zema se afastou de disputas políticas e disse não se incomodar quando o assunto é protagonismo. Descontraído, chegou a brincar dizendo que não recebe os louros da sua gestão e está longe de politicagem. Para o governador, o importante é a resolução dos problemas, que ele deseja deixar como “legado” dele à frente de Minas Gerais.


Sobre a possível eleição de Pacheco, Zema voltou a fazer piadas e disse que esse “não é um problema” dele e sim dos mineiros, que irão escolher um novo governador.


Romeu Zema recebeu jornalistas da imprensa mineira na sede do Banco BDMG. Não foi permitida a entrada de câmeras ou gravadores. Em um papo descontraído, pautou a dívida mineira e outras questões como o protagonismo dele no Novo; planos para 2026; relação com a Assembleia Legislativa de Minas Gerais e com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

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