O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), cobrou uma maior participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na articulação com o Congresso Nacional. Em entrevista ao "Estúdio I", programa da Globo News, nesta quinta-feira (25/4), o deputado disse que o envolvimento do petista é "imprescindível".

 

"O que tenho sempre falado com o presidente Lula é que é imprescindível que o presidente se envolva mais nas agendas de recebimento de parlamentares de bancadas temáticas ou líderes partidários. Quanto mais o presidente se envolve no processo, mais ele sente a temperatura de como estão as coisas com o seu governo, o que está certo ou errado", disse.

 



 

Lira também afirma que não atrapalha o envolvimento dos ministros, mas comparou o governo com um time de futebol com jogadores lesionados. "O jogo é coletivo, mas quando um jogador não está bem, ou lesionado, aquele time sente. Cabe o técnico administrar", frisou.

 

O deputado foi questionado pelo jornalista Valdo Cruz, mas evitou dizer qual ministro não estaria bem. Desde o início do governo, Lira acumula atritos com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), a quem ele chamou de "desafeto pessoal" e "incompetente" no ínício do mês.

 

O presidente da Câmara havia atribuído a Padilha um vazamento dizendo que o deputado estava perdendo influência entre o grupo do Centrão, após a Câmara aprovar a prisão do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ, acusado de ser um dos mandantes da morte da vereadora Marielle Franco. O grupo de Lira votou dividido na questão.

 

 

Porém, o atrito pode ter sido causado por uma portaria assinada por Padilha, que reforça o controle do ministro na liberação de emendas parlamentares. O documento obriga os ministérios a notificarem a pasta em cinco dias sobre os pedidos de liberação de emendas.

 

"Quando um time está completo e tem um jogador lesionado, cabe ao técnico saber se ele tem condições de jogar ou não, qual a importância dele ou não. Mas os outros têm que se sobressair para ocupar aquela área do campo. Eu acho que é importante que o presidente Lula entre e participe. É produtivo para o país que os poderes conversem", completou.

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