SÃO PAULO - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez campanha para Guilherme Boulos (PSOL) e pediu nesta quarta-feira (1/5) para que todos seus eleitores votem também no deputado aliado nas próximas eleições para a Prefeitura de São Paulo. Os dois dividiram palanque em comemoração ao dia 1º de Maio realizada pelas centrais sindicais.
"Ninguém derrotará esse moço aqui se vocês votarem no Boulos nas próximas eleições", disse Lula.
A legislação eleitoral veda pedido de votos antes do início oficial da campanha eleitoral. Após o discurso, as redes sociais do Palácio do Planalto apagou de suas redes sociais a transmissão do evento que continha o pedido explícito de Lula.
Ambos os discursos, de Lula e de Boulos, tiveram como tônica a nacionalização da eleição municipal, sugerindo que o psolista tentará derrotar o bolsonarismo na capital paulista - representado na figura do prefeito Ricardo Nunes (MDB), seu principal adversário. O presidente afirmou que o líder do MTST está disputando "uma verdadeira guerra" em São Paulo.
"Está disputando contra nosso adversário nacional, contra nosso adversário estadual e contra nosso adversário municipal", afirmou Lula.
Boulos disse que o "lado de lá" inventa mentiras sobre o governo federal e que essas mentiras serão derrotadas agora, assim como ocorreu nas eleições de 2022. "Esse ano é para derrotar o bolsonarismo em todas as cidades do Brasil e aqui em São Paulo também."
O deputado afirmou ainda que no ano que vem a capital "caminhará de braços dados" com o governo Lula.
A pré-campanha de Boulos considera a participação do presidente importante para derrotar Nunes nas periferias, especialmente junto aos eleitores mais pobres, entre os quais o prefeito pontua bem.
Afagos a Alckmin
Em seu discurso, Lula também fez um afago a todos os ministros presentes, incluindo o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), de quem cobrou publicamente agilidade na última semana.
O presidente disse que tem sorte de trabalhar com o vice, que tem competência e decência, e classificou seu trabalho como extraordinário.
No dia 22, Lula pediu havia pedido que o vice-presidente que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, fosse "mais ágil".
"Isso significa que o Alckmin tem que ser mais ágil, tem que conversar mais. O Haddad, ao invés de ler um livro, tem que perder algumas horas conversando no Senado e na Câmara. O Wellington (Dias, ministro do Desenvolvimento e Assistência Social), o Rui Costa (ministro da Casa Civil), passar maior parte do tempo conversando com bancada A, com bancada B", afirmou o presidente, ao cobrar seus ministros pela articulçação com o Congresso.