O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que era inimaginável a dimensão que as enchentes proporcionariam ao estado do Rio Grande do Sul. Em entrevista à EBC, na manhã desta terça-feira (7/5), o presidente Lula comentou sobre a atuação do governo federal no resgate dos atingidos pelas enchentes, além do apoio aos desabrigados e à reconstrução do estado. O presidente Lula ressaltou que todos os Poderes estão empenhados em apoiar a população gaúcha. Além disso, petista pontuou que a tragédia ainda não chegou ao seu fim.
"Não se esperava tanto sofrimento em tão pouco tempo para o povo gaúcho. No começo do ano passado tivemos uma seca imensa, que envolveu quase 300 municípios. O governo federal junto com o governo estadual atuaram para minimizar o sofrimento da seca. Em setembro tivemos a questão do Vale do Taquari, que foi uma coisa também jamais vista por qualquer pessoa que nasceu no Vale do Taquari. E o governo federal também esteve presente. Agora é uma tragédia climática que eu penso que ninguém imaginava a dimensão dela. E pelo que todo mundo fala, ainda não acabou, porque a água está descendo, vai chegar aos outros municípios. Isso é muito grave", declarou Lula.
Até o momento, mais de 781 mil pessoas estão desabrigadas, 584 mil casas estão sem energia e cidades inteiras, como Canoas, estão debaixo d' água. As chuvas históricas ultrapassaram o volume de água que caiu nos temporais de 1941 e se tornou o maior desastre climático da história do estado. Lula esteve duas vezes no estado, na semana passada e nesta semana. Os mortos na tragédia no RS subiram para 90.
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Lula disse que as visitas ao estado foram para alertar a população que o governo está "100% comprometido" em ajudar o estado. "O Brasil deve muito ao Rio Grande do Sul, um estado muito importante do ponto de vista artístico, cultural, do trabalho, da nossa cultura. O que nós vamos fazer é devolver ao Rio Grande do Sul aquilo que ele merece que seja devolvido para ele poder tocar vida. Não haverá falta de recursos para atender as necessidades do Rio Grande do Sul", pontuou.
Em sua fala, também ressaltou a união dos Poderes para encontrar soluções para os problemas enfrentados pelas enchentes. Segundo o presidente, o intuito é permitir que as verbas destinadas à assistência ao Rio Grande do Sul não seja barrada por burocracias. Lula aponta que neste momento a dificuldade é identificar quais são as necessidades dos prefeitos dos municípios afetados, pois ainda é difícil fazer um balanço preciso da situação.
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"Eu fiz questão de chamar o presidente da Câmara, do Senado, o Tribunal de Contas, a Suprema Corte, para gente trabalhar de forma unitária em todos os Poderes para que a gente não fique permitindo que a burocracia crie entraves para gente facilitar o dinheiro. Qual é a dificuldade inicial? É que nenhum prefeito ainda tem noção do estrago que foi feito. Por enquanto eles imaginam, pensam. Só vamos ter o estado real quando a agua baixar, que a gente ver o que aconteceu de fato", disse.
Em relação à liberação dos recursos, Lula disse que o intuito é facilitar verbas através dos ministérios, de acordo com as necessidades. O presidente também afirmou que espera uma visita do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), em Brasília (DF), nesta semana, para uma conversa sobre as demandas de recurso do estado.
"Eu fiz uma mensagem ao Congresso Nacional fazendo um Decreto Legislativo para que a gente possa começar a facilitar a liberação de recursos através dos ministérios. O Ministério da Saúde pode liberar recursos, o Ministério da Integração Nacional pode liberar recursos, o Ministério da Educação, vários podem. Vai liberando recursos de acordo com as necessidades fundamentais, que é colocar crianças na escola, colocar as pessoas no hospital, a compra de remédio, a compra de combustível, a compra d'água, a compra de comida. Esse dinheiro vai saindo normalmente pelos Ministérios sem muita burocracia", pontuou.
"Ontem eu conversei com o Haddad, e o Haddad ficou de ligar para o governador para convidar o governador do Rio Grande do Sul para vir a Brasília para que a gente possa saber se ele já tem os números grandes, os números que são, se não total, pelo menos uma coisa muito próxima do total para a gente começar a discutir no Congresso Nacional", disse.