Carlos Viana apareceu em evento com correligionarios do Podemos pela primeira vez como pré-candidato a prefeitura de Belo Horizonte -  (crédito: Robson Paiva/Podemos)

Carlos Viana apareceu em evento com correligionarios do Podemos pela primeira vez como pré-candidato a prefeitura de Belo Horizonte

crédito: Robson Paiva/Podemos

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e o senador Carlos Viana (Podemos-MG), dividiram um evento partidário do Podemos neste sábado (11/5), disputando o apoio e o protagonismo para as eleições municipais. O parlamentar apareceu com correligionários pela primeira vez como pré-candidato a prefeitura de Belo Horizonte no evento, onde foram dadas palestras para os filiados que pretendem concorrer nas urnas em outubro.

 

Rival de Viana na última eleição para o Governo de Minas, Zema também participou do evento em sinais trocados, uma vez que apoia sua secretária de Estado de Planejamento e Gestão, Luísa Barreto (Novo), no pleito. O governador, no entanto, evitou falar do cenário eleitoral e apenas deu um tímido aperto de mão no senador.

 

 

Convidado por um amigo pessoal, o empresário Geraldo Rufino, o governador elogiou sua própria gestão. Disse que teve de cortar cargos públicos para "arrumar a casa", além de destacar Luísa Barreto pelos acordos de Brumadinho. Ele também se gabou pelas obras do Rodoanel e, principalmente, pela privatização do Metrô e a expansão da Linha 2 em Belo Horizonte.

 

Porém, o movimento parece não ter agradado Viana. Em discurso, o senador disse que foi seu trabalho em Brasília que garantiu recursos para o modal e a possível chegada dos trilhos na regional do Barreiro.

 

"Dois anos que o governo de Minas não teve condição de falar sobre o metrô. Dois anos o governo estava completamente paralisado. Quem arrumou R$ 2,8 bilhões, porque deu a cara a tapa pelo metrô e lutou por essa verba foi eu. Foi o meu mandato como senador e por Belo Horizonte" disse.

 

Porém, após o evento, Viana apaziguou, pregou respeito pelo Governador e disse que Zema e Luísa Barreto seriam bem-vindos em sua campanha, inclusive na formação de uma chapa.

 

"Números não mentem, candidatos já foram testados nas urnas e tiveram os seus resultados. O Podemos recebe a presença do governador com muita alegria, para nós é uma satisfação, ele é o governador e tem que ter o respeito por ele. Agora, a hora não é mais de discurso, o negócio é na rua. Eu falo com clareza, tenho muito a apresentar em Belo Horizonte, e lá na frente, o apoio de Zema seria muito bem-vindo, inclusive com a Luísa em uma chapa conosco", disse Viana em resposta.

 

Atualmente, Luísa Barreto figura na parte de baixo das pesquisas, com pouco mais de 1% das intenções de voto. Em 2020, ela também concorreu a prefeitura, pelo PSDB, e não teve muito sucesso. A secretária já admitiu que sua maior dificuldade é se fazer conhecida na cidade.

 

Disputa na direita

 

A disputa entre Viana e Luísa Barreto é apenas uma parte pequena do cenário eleitoral pulverizado na direita. Pelo menos três nomes aparecem como figuras viáveis nas urnas. O senador assumiu o diretório municipal de BH no Podemos e disse que as diferenças partidárias foram pacificadas.

 

"Nós tínhamos dificuldades entre grupos, o que agora está pacificado. O Podemos agora busca o apoio de outros partidos, e eu tenho certeza que, à medida que a campanha for sucedendo e as propostas sendo apresentadas com clareza, nós vamos mostrar para a cidade quem está melhor preparado", frisou Viana.

 

O senador aparece em segundo lugar na pesquisa Opus, encomendada pelo Estado de Minas, com 14% das intenções de voto (MG-05905/2024). Agora, o nome de Viana unificou o apoio do grupo chamado de "Família Aro" - políticos ligados ao secretário de Estado da Casa Civil do Governo de Romeu Zema (Novo), Marcelo Aro.

 

No desenho eleitoral, o núcleo é representado pela deputada federal Nely Aquino, presidente do Podemos em Minas Gerais e ex-presidente da Câmara Municipal de BH. Mas o evento também teve a presença do deputado estadual Zé Guilherme (PP), pai do secretário, a vereadora Professora Marli (PP), mãe, e o vereador Juliano Lopes (Podemos), liderança do grupo na Câmara.

 

"A questão da família Aro, é bom deixar bem claro, é um dos grupos mais competentes para a prefeitura de Belo Horizonte. Eu posso ter todas as diferenças em relação a quem quer que seja do grupo, mas eu não posso questionar a competência deles em relação a fazer vereadores dentro da Câmara. Eles vêm para o apoio à minha campanha e o objetivo é ganhar. Como pré-candidato quero mostrar que eu não vim para fazer discurso, eu vim para ser vitorioso", disse.

 

Na direita, Viana ainda deve disputar votos com o deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos).  Após meses de especulações, incluindo uma possibilidade de filiação do senador ao Republicanos, Tramonte lançou a pré-candidatura em meados de abril. O apresentador de um programa de TV da capital é líder na pesquisa Opus, com 24% das intenções de votos. O levantamento mostra que os dois políticos venceriam outros candidatos em eventuais cenários de segundo turno.

 

Os dois têm um adversário de peso na figura do também deputado estadual Bruno Engler (PL), apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL), e pelo senador Cleitinho Azevedo (Republicanos). Neste cenário, vale lembrar que Bolsonaro venceu Lula em Belo Horizonte nas eleições de 2022 por 54,25% a 45,75% do eleitorado - diferença de quase 130 mil votos.