A 32ª Marcha para Jesus, que parou parte do Centro paulistano, tornou-se palco para políticos buscarem apoio do eleitorado evangélico -  (crédito:  Paulo Pinto/Agência Brasil)

A 32ª Marcha para Jesus, que parou parte do Centro paulistano, tornou-se palco para políticos buscarem apoio do eleitorado evangélico

crédito: Paulo Pinto/Agência Brasil

A 32ª edição da Marcha para Jesus não reuniu apenas milhares de evangélicos no Centro de São Paulo, mas atraiu também políticos de olho dos votos do segmento, seja para a disputa das eleições municipais, em outubro, ou para um voo mais alto — como a Presidência da República, em 2026.

 

Do presidente Luiz Inácio Lula da Silva — que remeteu uma carta, lida no evento, e foi representado pelo advogado-geral da União, Jorge Messias — ao prefeito Ricardo Nunes (MDB), que tenta a reeleição na capital paulista, e aos presidenciáveis Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Ronaldo Caiado (União), respectivamente governadores de São Paulo e Goiás, todos se apresentaram como fiéis seguidores dos preceitos bíblicos.

 

 

Organizador do evento no Brasil, o apóstolo Estevam Hernandes afirmou que se Lula tivesse comparecido, talvez fosse hostilizado, apesar de ter sido convidado. E concordando que o presidente deveria se preservar, admitiu que a melhor maneira de se dirigir aos evangélicos foi pela carta que remeteu.

 

Na mensagem, Lula lembrou ter sancionado, no segundo mandato, o projeto de lei que incluiu a marcha no calendário religioso nacional.

 

"Como cristão, sinto-me regozijado de ver a dimensão extraordinária que este evento tomou e o papel significativo que desempenha na vida de muitos brasileiros, promovendo valores de paz, fé, amor ao próximo e solidariedade", destaca o presidente na carta, acrescentando que "juntos podemos fazer muito mais pelo bem-estar, a paz e a harmonia de nosso povo". Jorge Messias, que representou Lula, desta vez não discursou — no ano passado foi vaiado —, mas orou no palco.

 

 

Alinhamento


Ricardo Nunes e Tarcísio de Freitas também buscaram se alinhar aos evangélicos. O prefeito assegurou "amar Jesus Cristo" e ressaltou que "este grande evento está abençoando nossa cidade, nosso estado, nosso país e o mundo. Saímos daqui com a nossa fé renovada".

 

Tarcísio, por sua vez, preferiu citar referências bíblicas e pediu orações. "Continuem orando por nós. Orem pelos dirigentes, porque nós precisamos. Orem pelo Brasil, orem pelo povo brasileiro. A gente agradece a oração de cada um de vocês, porque a oração vai transformar a nossa vida", exortou. O breve discurso do governador ensejou uma provocação de Hernandes.

 

"Está pregando melhor que muito pastor já? Falando da palavra de maneira tão própria. Isso é um sinal de Deus para o Brasil", disse o apóstolo.

 

 

Embora Jair Bolsonaro não estivesse presente, foi lembrado pelo próprio Hernandes, que o apoiou nas eleições de 2022. O religioso afirmou aos participantes da marcha que o ex-presidente foi convidado, mas que compreendia a ausência por causa da hospitalização recente e por estar envolvido em uma campanha de arrecadação de donativos para as vítimas da enchente no Rio Grande do Sul.

 

Também passaram pela marcha e subiram ao palco Gilberto Kassab, secretário de Governo e Relações Institucionais de Tarcísio e presidente do PSD; os deputados estaduais paulistas Jorge Wilson (Republicanos) e Eduardo Nóbrega (Podemos); e os deputados federais Rosana Valle (PL-SP) e Alex Manente (Cidadania-SP).

 

"É uma alegria tê-los aqui conosco reconhecendo a importância de Jesus Cristo não só para São Paulo e o Brasil", agradeceu Hernandes aos políticos que passaram pela marcha.