
Políticos buscam votos na Marcha para Jesus
Evento tem carta de Lula, prefeito que tenta reeleição e presidenciáveis como Tarcísio e Caiado. Todos de olho no eleitor evangélico
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Siga noA 32ª edição da Marcha para Jesus não reuniu apenas milhares de evangélicos no Centro de São Paulo, mas atraiu também políticos de olho dos votos do segmento, seja para a disputa das eleições municipais, em outubro, ou para um voo mais alto — como a Presidência da República, em 2026.
Do presidente Luiz Inácio Lula da Silva — que remeteu uma carta, lida no evento, e foi representado pelo advogado-geral da União, Jorge Messias — ao prefeito Ricardo Nunes (MDB), que tenta a reeleição na capital paulista, e aos presidenciáveis Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Ronaldo Caiado (União), respectivamente governadores de São Paulo e Goiás, todos se apresentaram como fiéis seguidores dos preceitos bíblicos.
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Organizador do evento no Brasil, o apóstolo Estevam Hernandes afirmou que se Lula tivesse comparecido, talvez fosse hostilizado, apesar de ter sido convidado. E concordando que o presidente deveria se preservar, admitiu que a melhor maneira de se dirigir aos evangélicos foi pela carta que remeteu.
Na mensagem, Lula lembrou ter sancionado, no segundo mandato, o projeto de lei que incluiu a marcha no calendário religioso nacional.
"Como cristão, sinto-me regozijado de ver a dimensão extraordinária que este evento tomou e o papel significativo que desempenha na vida de muitos brasileiros, promovendo valores de paz, fé, amor ao próximo e solidariedade", destaca o presidente na carta, acrescentando que "juntos podemos fazer muito mais pelo bem-estar, a paz e a harmonia de nosso povo". Jorge Messias, que representou Lula, desta vez não discursou — no ano passado foi vaiado —, mas orou no palco.
Alinhamento
Ricardo Nunes e Tarcísio de Freitas também buscaram se alinhar aos evangélicos. O prefeito assegurou "amar Jesus Cristo" e ressaltou que "este grande evento está abençoando nossa cidade, nosso estado, nosso país e o mundo. Saímos daqui com a nossa fé renovada".
Tarcísio, por sua vez, preferiu citar referências bíblicas e pediu orações. "Continuem orando por nós. Orem pelos dirigentes, porque nós precisamos. Orem pelo Brasil, orem pelo povo brasileiro. A gente agradece a oração de cada um de vocês, porque a oração vai transformar a nossa vida", exortou. O breve discurso do governador ensejou uma provocação de Hernandes.
"Está pregando melhor que muito pastor já? Falando da palavra de maneira tão própria. Isso é um sinal de Deus para o Brasil", disse o apóstolo.
Embora Jair Bolsonaro não estivesse presente, foi lembrado pelo próprio Hernandes, que o apoiou nas eleições de 2022. O religioso afirmou aos participantes da marcha que o ex-presidente foi convidado, mas que compreendia a ausência por causa da hospitalização recente e por estar envolvido em uma campanha de arrecadação de donativos para as vítimas da enchente no Rio Grande do Sul.
Também passaram pela marcha e subiram ao palco Gilberto Kassab, secretário de Governo e Relações Institucionais de Tarcísio e presidente do PSD; os deputados estaduais paulistas Jorge Wilson (Republicanos) e Eduardo Nóbrega (Podemos); e os deputados federais Rosana Valle (PL-SP) e Alex Manente (Cidadania-SP).
"É uma alegria tê-los aqui conosco reconhecendo a importância de Jesus Cristo não só para São Paulo e o Brasil", agradeceu Hernandes aos políticos que passaram pela marcha.