FOLHAPRESS - A pré-candidata a prefeita Tabata Amaral (PSB) fez, ao lado do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), um discurso sobre dar novos rumos à cidade de São Paulo durante evento nesta quarta-feira (1º/5) para apresentar a equipe de técnicos e políticos que vai formular seu programa de governo.

 

Tabata falou em "unir sonhos e experiências para mudar o rumo das coisas", após enumerar problemas como falta de investimentos em educação, crise na segurança pública e população em situação de rua. "A gente se revolta com esse caos, esse abandono, essa violência", afirmou.

 

Leia também: Haddad celebra mudança no risco de crédito Moody's sobre o Brasil

 

A deputada atraiu ex-auxiliares de Alckmin no Governo de São Paulo e uma série de nomes ligados ao PSDB, além de pessoas com passagem por gestões de outros políticos e partidos, inclusive a atual gestão de Lula (PT) e administrações de esquerda e centro-direita na capital.

 

Tabata se referiu ao grupo como "time de ministeriáveis" e disse que seu objetivo, se eleita, é ajudar a criar oportunidades iguais para todos os habitantes do município, sem distinções. "Todo grande sonho depende de gente sonhadora, mas também de gente disposta a trabalhar. E esse é um diferencial nosso."

 

Alckmin

 

Alckmin reforçou o apoio à pré-candidata, lembrou a trajetória dela ligada à educação e disse que a campanha vai contornar dificuldades por ser uma jornada cívica. "Dizem que médico tem olho clínico, [então] aqui está a próxima prefeita de São Paulo", discursou ele, que é anestesista.

 



 

Alckmin também participou nesta quarta na capital paulista de ato com Lula em que o presidente pediu voto em Guilherme Boulos (PSOL), o pré-candidato a prefeito apoiado pelo PT. A pré-campanha de Ricardo Nunes (MDB) irá à Justiça contra os dois por considerar que houve propaganda eleitoral antecipada.

 

Indagada, Tabata respondeu que sua assessoria jurídica ainda analisa o caso para avaliar alguma medida.

 

O ministro do Empreendedorismo, Márcio França, disse no evento que a eleição em São Paulo neste ano "não será uma disputa qualquer", já que deverá ficar afunilada entre três candidatos. "A disputa ficará muito delimitada a pequenos detalhes de como você se apresenta para a eleição", afirmou.

 

França, que concorreu a prefeito da capital em 2020 e terminou em terceiro lugar, disse que um plano de governo, apesar das dificuldades de ser implementado, é importante porque "cria as margens da atuação". Ele destacou a experiência dos colaboradores e lembrou que trabalhou com alguns quando foi governador.


Leia também: Agência Moody’s melhora perspectiva da nota de crédito do Brasil

 

Evento

 

O evento reuniu ex-secretários e ex-colaboradores de Alckmin como Claudia Costin, Eloisa Arruda, Gustavo Ungaro e Andrea Calabi. Também estavam no auditório aliados de longa data do vice-presidente, como Floriano Pesaro e Silvio Torres. Ao discursar, ele disse estar "matando a saudade da 'tchurma'".

 

Tabata também tem no grupo correligionários do PSB, numa mistura de quadros com experiência na gestão pública, ativistas, técnicos, acadêmicos e representantes do setor privado. A escolha também levou em conta a diversidade. Dos 37 coordenadores, 21 são mulheres e 40% são pessoas não brancas.

 

O prefeito do Recife, João Campos (PSB), que é namorado da pré-candidata, também estava no auditório e foi descrito por ela como um exemplo da nova geração de políticos. Alckmin disse que Campos "pode dar umas dicas", já que pesquisas o apontam como "o prefeito mais bem avaliado do Brasil".

 

Questionada por jornalistas ao fim do ato, a deputada disse não haver constrangimento em manter sua candidatura mesmo com a divergência com Lula, que horas antes reforçou seu engajamento na pré-campanha de Boulos. Ela ressaltou o apoio de Alckmin, com sua "seriedade e serenidade".

 

Cotado para vice, o apresentador José Luiz Datena (PSDB) não compareceu ao evento, mas Tabata disse manter a expectativa de que ele seja seu companheiro de chapa. Segundo ela, a ausência dele foi motivada por questões de saúde, situação que tem sido citada pelo jornalista para sua indefinição.

 

Leia também: Por que Colômbia é 2º país da América Latina a anunciar corte de relações com Israel

 

O Teatro Corinthians, na zona leste, onde foi realizado o encontro, ficou lotado por cerca de 500 pessoas --parte teve que ficar em pé nos corredores e outras pessoas não conseguiram entrar. Pré-candidatos a vereador pessebistas aproveitaram a ocasião para fazer registros para suas redes sociais.

 

São Paulo

 

A coordenadora geral do plano de governo, Vivian Satiro, que em 2020 também conduziu o programa de Bruno Covas (PSDB), reeleito naquele pleito, apresentou as diretrizes do trabalho e exaltou Tabata. "Posso dizer, por experiência, que é o que São Paulo precisa agora", disse Vivian, que também trabalhou com Alckmin e França. Ela deixou a gestão municipal quando Nunes virou prefeito, com a morte de Covas.

 

Tabata alfinetou Nunes durante sua fala, ao dizer que não basta transformar a cidade em um canteiro de obras se recursos estão sendo desviados para esquemas de corrupção. Ela explicou que fazia referência a denúncias de superfaturamento e irregularidades em contratações e obras emergenciais da prefeitura.

 

Ela é a terceira colocada em intenções de voto, com 8%, segundo o Datafolha. Boulos e Nunes estão tecnicamente empatados em primeiro lugar na pesquisa de março, com 30% e 29%, respectivamente.

 

Nesta semana, o PSB registrou boletim de ocorrência afirmando que a sede do diretório municipal do partido foi invadida na manhã de segunda-feira (29). Fotos divulgadas pela legenda mostram uma porta com marcas de arrombamento e gavetas, mesas e armários revirados.

 

Tabata, que é presidente do diretório, disse em nota que houve "furto de documentos por criminosos" e que no prédio, localizado na zona sul da capital, "não há objetos de valor, apenas registros partidários".

 

"O partido registrou a ocorrência e aguarda que uma investigação rápida identifique os autores desse arrombamento e descubra a real motivação do crime", afirmou a deputada.

 

Márcio França, em uma rede social, desejou força à aliada e sugeriu que a ação seja uma represália à pré-candidatura dela. "Se pensam que vão nos assustar ou nos fazer recuar... Esqueçam! Só nos animam a ir mais fundo para passar SP a limpo!", escreveu.

compartilhe