Nas eleições municipais de outubro, nas cidades acima de 100 mil eleitores, o PT só deve ter  candidatura própria naquelas nas quais avalia ter chances de vitória. A estratégia foi revelada pela secretária nacional de Finanças e Planejamento do PT, Gleide Andrade. Ela também disse que no pleito que se avizinha, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai fazer campanha com “todo vigor da natureza dele”.

 

Em visita a Montes Claros, no Norte de Minas,  nessa sexta-feira (10/05), Gleide Andrade afirmou que, desde o ano passado, o PT definiu uma “tática eleitoral” entre os municípios acima de 100 mil eleitores (nas quais atua o diretório nacional da sigla), “o PT só deverá ter candidaturas competitivas próprias” nas cidades onde o partido tem chances de vitória.

 

Nesse sentido, ela citou sete cidades mineiras onde o PT deverá ter candidatos próprios na disputa municipal de 2024: Juiz de Fora (Zona da Mata) e Contagem (Região Metropolitana), municípios nos quais a sigla de Lula já está no comando da prefeitura; e ainda em Belo Horizonte, Governador Valadares, Uberlândia, Ribeirão das Neves (RMBH) e Montes Claros.

 



 

A secretária do diretório do PT salienta que o foco do partido nas eleições municipais de 2024 é “vencer o bolsonarismo, vencer a polarização que está na sociedade. Tem que acabar com esta sociedade dividida, polarizada. Nós só vamos fazer isso se a gente a gente ter uma vitória do campo democrático nas eleições deste ano”, declarou. 

 

Presidente nos palanques

Gleide disse ainda que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai apoiar candidatos a prefeito quando iniciar o período de campanha. “Até pela situação que o país está vivendo, ele (Lula) não tempo para entrar nas pré-campanhas. Mas, o presidente vai entrar (nas campanhas dos seus candidatos) . Vai nos palanques, Vai fazer campanha com todo vigor que é da natureza dele”, afirmou a dirigente.

 

Questionada sobre os municípios com disputa entre petistas e concorrentes de outros partidos da base no Congresso Nacional, a secretária nacional do PT ponderou: “Aí, será mais delicado. Mas, acho que o presidente tem muita sensibilidade politica. Ele vai conduzir isso com muita maestria”, afirmou . No entanto, acabou admitindo que Lula pode acabar “puxando sardinha” para os filiados no PT por “ser partidário”. “Não tem ninguém mais partidário do que ele (Lula). Não por acaso o PT sobreviveu a toda artilharia nos últimos anos”, disse Gleide.

 

 

Mesmo alegando que “ainda está cedo para fazer análise sobre a questão”, Gleide afirmou que não acredita que o apoio de Lula a determinados candidatos, confrontando outros concorrentes filiados em partidos da base governamental no Congresso venham interferir em votações de interesse do governo na casa, sobretudo, em relação às reformas.

 

“Temos que separar isso. Eleição é uma coisa e o Congresso é outra coisa. A gente espera que todos tenham maturidade política para compreender isso”, salientou a petista.

 

Tragédia no Sul

A secretária nacional de Planejamento do PT disse que não acredita que os efeitos dos desastres naturais como as inundações do Rio Grande do Sul vão prejudicar a economia do pais. Ao falar do assunto, Gleide Andrade alfinetou o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), embora não tenha citado o nome dele.

 

“As catástrofes e acidentes (não ocorrem) por acaso. Aquilo ali (isso) tem muito a ver com a ação do homem. No caso do Rio Grande do Sul, tem muito a ver com o com o que o governador fez – a permissividade para os desmatamentos”, alfinetou.

 

A petista alegou ainda que a solidariedade “muito grande” do povo brasileiro vai ajudar na reconstrução do Rio Grande do Sul. “Em que pese que temos uma ultra-direita que insiste em fazer fake news, insiste em fazer bobagens, ao invés de estar se somando nessa grande comoção social, (a tragédia das enchentes) não vai impactar tanto a economia não. Eu acho que o Rio Grande do Sul vai se reerguer pela força e pelos braços do estado brasileiro de modo geral, aliás, não do estado, mas da Nação brasileira”.

 

 

Mas, quando foi lembrada que o governo Lula anunciou a destinação de R$ 50,945 bilhões e se foi questionada se isso não poderia abalar as finanças do país pelo fato de o gasto não ter sido previsto na orçamentária, Gleide Andrade respondeu: “O Brasil tem muita reserva cambial. O Brasil tem de onde tirar dinheiro. O Brasil não tem que tirar dinheiro da boca (bolsa) de ninguém (para destinar ajuda para o Rio Grande do Sul). Se tem uma coisa que nós temos é de onde tirar recursos. O presidente (Lula), quando ele joga esse dinheiro lá é porque ele sabe que temos muitas riquezas, muitas reservas. Aliás, o nome é para isso mesmo, reserva para uma necessidade. Então, chegou a hora de usar (as reservas). E vamos usar”, afirmou Gleide.

 

 

 

 

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