No primeiro dia de home office dos servidores do governo de Minas, a Cidade Administrativa não ficou tão vazia como era esperado. De manhã e à tarde houve movimento de funcionários que entraram nos prédios Minas e Gerais para buscar material de escritório e equipamentos deixados em seus locais de trabalho presencial. Para acessar qualquer andar dos prédios, porém, foi necessário assinar um termo de responsabilidade.


O expediente presencial foi suspenso em caráter de urgência na sexta-feira, quando uma perícia constatou a necessidade de interdição de todos os 54 elevadores dos edifícios. Com 14 andares em cada prédio, o uso das escadas provocava transtornos para os servidores, em especial aqueles com problemas de saúde ou com mobilidade reduzida.


No prédio Minas, que fica de frente para a saída da rodovia MG-010, funcionam secretarias como as de Saúde, Educação e Justiça e Segurança Pública. No Gerais, que fica mais próximo do Bairro Serra Verde, em Venda Nova, funcionam autarquias como o Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg), e o Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem (DER).


Cerca de 8 mil servidores foram autorizados a realizar suas atividades de casa. No caso de impossibilidade do serviço ser prestado de forma remota, o servidor deve requerer à chefia imediata uma autorização para o cumprimento da jornada presencial, de acordo com decreto assinado pelo governador Romeu Zema (Novo) no último sábado.




Mesmo para a retirada de documentos que foram deixados no local, é necessário a assinatura de um termo de responsabilidade. O Estado de Minas procurou a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) para um posicionamento sobre o termo, mas até o fechamento da edição não houve resposta. A reportagem também constatou que os comerciantes que ocupam o centro de convivência entre os dois prédios temem pela queda no movimento.


O governo de Minas ainda informou que para os servidores cujas as atividades não sejam compatíveis com o home office, um local de trabalho deve ser assegurado dentro do prazo de 15 dias. Os servidores poderão ser realocados para o primeiro e segundo andares dos edifícios, bem como para os edifícios Tiradentes e Alterosa, ainda dentro da Cidade Administrativa.

 

 

Ontem, servidores foram ao local buscar material para trabalhar em casa

LEANDRO COURI/EM/D.A PRESS

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Os problemas no equipamento vieram à tona em novembro de 2023, quando um servidor público de 66 anos, lotado na Secretaria de Estado de Saúde (SES), teve um mal súbito e morreu ao subir 13 andares de escada do edifício Minas. Na época, uma pane elétrica interrompeu o funcionamento dos elevadores.


Um laudo da perícia que vistoriou os elevadores apontou que, na construção da sede do poder Executivo mineiro, os pilares metálicos dos contrapesos dos elevadores não foram chumbados conforme o projeto. Isso resultou em um espaço vazio entre a viga de concreto armado e as chapas de fixação dos pilares, provocando um efeito “pino”. Por isso, é preciso reforçar todos os pilares metálicos dos contrapesos dos elevadores.


Em abril, a empresa que foi selecionada para fazer o reparo nos elevadores desistiu do contrato com a Seplag, sob a justificativa de “dificuldades internas em cumprir as obrigações estipuladas”. A contratação da empresa ocorria em processo de dispensa de licitação por emergência, nos termos da legislação de contratos administrativos.


O Governo Zema culpa as obras de construção da Cidade Administrativa, feitas ainda no governo de Aécio Neves (PSDB) e concluídas em 2010, pelos problemas nos elevadores, apontando para riscos aos servidores e visitantes. Em nota, os tucanos dizem que as acusações são levianas e que a “responsabilidade pela manutenção correta de qualquer obra pública é das diferentes administrações que se sucedem”.

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