O deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) votou para manter a "saidinha" de presos, como é conhecido o benefício dado a apenados com bom comportamento em datas comemorativas, como Dia das Mães e Natal. A votação, realizada na Câmara dos Deputados nessa terça-feira (28/5), derrubou o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e voltou a proibir a medida por 314 votos a 126, sendo um deles do tucano mineiro.

 

"Meu voto foi absolutamente consciente de quem governou um estado que teve um dos maiores indicadores de ressocialização de presos e o estímulo ao estudo, aos trabalhos e as saidinhas sempre foram instrumentos fundamentais para essa ressocialização", disse o deputado em áudio enviado ao jornal "Folha de S.Paulo".

 



 

Aécio Neves afirmou que a discussão sobre o tema ficou muito superficial e atribuiu a isso a dicotomia entre petistas e apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

 

"Nesse aspecto, seria mais cômodo votar com a grande massa, votei com minha consciência e compreensão de que a derrubada desse veto vai aumentar a tensão no sistema prisional brasileiro, que já é uma panela de pressão. Acho que nesse aspecto o Lula acertou, não tenho o menor problema e, mesmo sendo oposição, ele está correto e votaria novamente", concluiu o tucano.

 

 

Os dois deputados do PSDB mineiro votaram favoráveis à manutenção da "saidinha" de presos. Além de Neves, o deputado federal Paulo Abi-Ackel também engrossou os votos do "sim".

 

O presidente Lula vetou pontos do projeto com o intuito de que os presos, em regime semiaberto, participem de atividades de reinserção social. Originalmente, só os que trabalham ou estudam ao longo do dia, que tenham bom comportamento e que não tenham cometido crimes hediondos ou que tenham sido cometidos mediante a grave ameaça ou violência, poderiam receber o benefício.

 
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