Aliados do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), entraram em campo para tentar extinguir a possibilidade de que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) desista de sua tendência de atual de apoiar a reeleição do emedebista para virar cabo eleitoral de Pablo Marçal (PRTB).
O coach tem visões e posturas políticas similares às de Bolsonaro e fez campanha contra Lula (PT) em 2022 --o ex-presidente já criticou Nunes por não ter se manifestado na ocasião.
Em pesquisa Datafolha divulgada na quarta-feira (29), Marçal apareceu com 7% no cenário mais completo e com 9% sem José Luiz Datena (PSDB) e sem Kim Kataguiri (União Brasil).
Pessoas próximas do prefeito já fizeram chegar no ex-presidente o convite recente que Pablo Marçal fez para que Kataguiri, desafeto de Bolsonaro, participasse de seu programa de entrevistas nas redes sociais.
Na sexta-feira (24), o coach apresentou o deputado federal no "Marçal Talks" como sincero e destemido e se colocou à disposição para ajudá-lo na eleição.
"Às vezes posso até sair candidato à prefeitura, e mesmo saindo pré-candidato por enquanto, eu topo te ajudar no que você precisar. Porque eu sei que a cidade tinha que ter políticos que raciocinam", disse Marçal, acrescentando que "se o povo pensar do jeito que você [Kataguiri] pensa, nós vamos mudar esse país". Ele ainda exaltou a "massa crítica" e a "capacidade cognitiva" do parlamentar.
Como mostrou a coluna Painel, da Folha de S.Paulo, o entorno de Bolsonaro cobra Nunes para que faça gestos mais explícitos de aliança com o ex-presidente se não quiser perdê-lo para Marçal.
Um deles seria o anúncio do coronel da reserva Ricardo Mello Araújo (PL), indicado por Bolsonaro, como vice na chapa.
Diante da alta taxa de rejeição do ex-presidente na capital, Nunes tem adotado uma parceria cautelosa, com avanços e recuos. Em fevereiro, por exemplo, participou de ato convocado por Bolsonaro na avenida Paulista, mas evitou ser fotografado ou filmado ao lado dele no local.