"Quem não conseguir ter uma estratégia eficaz em redes sociais terá dificuldade na política", afirmou.

crédito: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O ex-presidente do PT Ricardo Berzoini afirmou que a sigla passa por um "processo de envelhecimento e tem uma crise de renovação". Ele, que também comandou o Ministério das Comunicações em gestões passadas, afirma que o governo Lula atua de forma "analógica".

 

"O PT passa por um processo de envelhecimento e tem uma crise de renovação. Esse quadro exige uma atenção da direção do partido, que é fomentar a renovação, tanto no âmbito da militância quanto do ponto de vista da representação no Parlamento e da disputa por prefeituras, para formar uma nova geração. A geração que fundou o PT está com mais de 60 anos. É preciso ter um ímpeto renovador", afirmou Berzoini em entrevista ao jornal "O Globo".

 

Para o ex-ministro, no ritmo que está, o PT encontrará dificuldades para ter um resultado expressivo nas eleições municipais deste ano. "O resultado de 2020 foi muito ruim para o PT. Não ganhou nenhuma capital, e em São Paulo tem só quatro prefeituras. Não há uma expectativa alta no PT em relação às eleições municipais. Ela é realista: reconstruir e ampliar nossa presença, mas não quer dizer que vai ser uma explosão. Teremos um cenário de crescimento, mas moderado", pontua.

 


Na avaliação do ex-ministro, a atual gestão também precisa adotar uma estratégia mais eficiente nas redes sociais. Para ele, a queda na aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é um reflexo das dificuldades de comunicação do governo no meio digital.

 

 

"Quem não conseguir ter uma estratégia eficaz em redes sociais terá dificuldade na política. É saber fazer, não adianta só quantidade. As pesquisas mostram que não está havendo reconhecimento. Então temos que buscá-lo, porque temos convicção de que estamos fazendo certo. A cabeça da maior parte do governo é analógica. O governo precisa esmiuçar cientificamente onde não está bom e testar outras alternativas. Não é um problema só do ministro Paulo Pimenta (da Secom)",aponta.