Parte dos servidores do estado vão receber quase um salário mínimo de reajuste     -  (crédito: Leandro Couri/EM/D.A.Press)

Parte dos servidores do estado vão receber quase um salário mínimo de reajuste

crédito: Leandro Couri/EM/D.A.Press

Enquanto uma larga parcela do funcionalismo público pressiona o governo de Minas por um reajuste maior que os 3,62% oferecidos por meio do Projeto de Lei 2.309/2024, 2.129 servidores receberiam mais de R$ 1 mil de aumento em média, caso o PL seja sancionado nos moldes atuais, conforme números consolidados pelo Núcleo de Dados do EM. São 57 coronéis (aumento médio de R$ 1.489,75), 1.304 auditores fiscais (R$ 1.309,30), 439 procuradores do estado (R$ 1.266,62), 302 tenentes-coronéis (R$ 1.212,27) e 27 advogados autárquicos (R$ 1.049,32) nessas condições. Esses cargos têm um vencimento médio entre R$ 28.986,72 e R$ 41.153,19.

 

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Os dados consideram a folha de março do Governo de Minas, a última disponível no Portal da Transparência. Os valores apresentados consideram o salário-base, portanto não acumula os auxílios aos quais os servidores estaduais têm direito. O impacto financeiro anual com o reajuste geral será de R$ 1,72 bilhão e serão beneficiados mais de 610 mil servidores.

 


A revisão salarial também abrange os contratos temporários vigentes, cargos de provimento em comissão, funções gratificadas e gratificações de função. A proposta ainda prevê que a recomposição salarial seja retroativa a janeiro de 2024.


Vale lembrar que o Governo de Minas fechou o ano de 2023 com a despesa de pessoal acima do limite previsto pela Lei de Responsabilidade Fiscal. De acordo com os números apresentados em janeiro deste ano, 51,4% da receita corrente líquida do ano passado foi destinada ao pagamento do funcionalismo público. O limite, conforme a legislação, é de 49%. Segundo a lei, só é possível a concessão de revisão geral da remuneração com aplicação do mesmo percentual e mesma data de vigência para todas as categorias.


Abaixo da inflação


O reajuste de 3,62% é abaixo da inflação acumulada no ano passado, quando o IPCA fechou em 4,62%. O texto passou em primeiro turno com 54 votos favoráveis e nenhum contrário na ALMG, mas a Casa ainda analisa emendas ao projeto, que devem ser votadas na semana que vem.


O líder da situação, João Magalhães (MDB), pediu que o quórum fosse verificado e apenas 33 dos 77 parlamentares responderam à chamada. Com isso, a análise das possíveis alterações foi adiada. Entre elas está uma da oposição que prevê autorização para que o governo amplie o aumento para 10,67%, considerando perdas inflacionárias de 2022 e 2023.


Na prática, a movimentação realizada na Assembleia deixa a votação do PL 2309/2024 suspensa até, ao menos, a próxima semana. Neste período, servidores devem seguir planejando estratégias de protestos, e os parlamentares ganham mais tempo para negociações.


Em nota divulgada quando encaminhou o projeto à Assembleia, o governo informou que mesmo diante da "delicada situação fiscal do Estado", o Executivo faz esforços para "garantir a revisão geral da remuneração dos servidores, dentro do possível, considerando a disponibilidade de caixa".