O deputado estadual Sargento Rodrigues (PL) afirmou que a novo percentual de reajuste salarial para os servidores do estado de 4,62%, anunciado pelo governador Romeu Zema (Novo), na manhã desta terça-feira (4/6), ainda não é suficiente para suprir a demanda dos agentes da segurança pública.
Apesar de compor a base do governo na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Sargento Rodrigues já vinha se destacando como um dos deputados mais atuantes na oposição ao reajuste proposto inicialmente, de 3,62%, abaixo da inflação.
Representante dos agentes de segurança pública, o parlamentar cobra do governador Romeu Zema um aumento que cubra a inflação acumulada de 2022 e 2023.
"Governador Romeu Zema, o esforço que nós esperávamos do senhor, da sua secretária e do seu vice-governador, durante esse período em que o projeto está tramitando, seria de no mínimo aquilo que o senhor fez compromisso, que seria, no mínimo, a inflação de 2022 e 2023, que é 10,67%. Mas infelizmente, quando se tratou do salário do senhor, do vice-governador e do seu secretariado, todo o esforço foi feito. Agora, para os servidores, o senhor continua com a ideia de entregar as migalhas. Vamos continuar trabalhando arduamente para que o senhor cumpra a sua palavra", disparou o deputado em um vídeo publicado nas redes sociais.
O deputado Sargento Rodrigues ainda convocou os servidores para se manifestarem na Assembleia Legislativa nesta terça-feira (4/6). À tarde, os parlamentares analisam as emendas da proposta de recomposição salarial, que foram deixadas para trás na semana passada.
"O mínimo que os servidores da segurança pública esperam é a inflação de 2022 e 2023, que são os 10,67%. Um governador sem palavra, que dá isenção fiscal bilionária aos seus amigos. Os servidores, que carregam o Estado nas costas, não podem aceitar migalhas de 4.62%. Nossa luta continua ainda mais forte! A resposta é CUMPRIR a lei e seguir a orientação do governador. Temos que lotar as galerias da ALMG, hoje (4/6), a partir das 13h, para pressionar o governo!", escreveu o deputado na publicação.
Promessa de reajuste
A cobrança do deputado também parte de uma promessa de reajuste salarial para os servidores da segurança feita por Zema em seu primeiro ano à frente do estado.
Em 2019, após reuniões com parlamentares e representantes de entidades de classe, ficou acordado que os agentes receberiam a recomposição de seus vencimentos em três parcelas, sendo uma de 13% e duas de 12%. Um Projeto de Lei foi enviado à Assembleia com o texto acordado e foi aprovado em 2020.
O PL foi então enviado para sanção de Zema, que vetou o texto parcialmente, cumprindo apenas com a primeira parcela do reajuste e deixando de pagar as outras duas.
"Sem diálogo"
Quem também criticou o governador é a deputada Beatriz Cerqueira (PT), do Bloco Democracia e Luta. Após o anúncio do novo reajuste, a parlamentar afirmou que o governador Romeu Zema "desconhece" a realidade do funcionalismo público, pois "um reajuste linear não acata os problemas que cada categoria vive".
"Governo Zema anunciou que o reajuste será de 4,62%! Conforme seu anúncio, com isso a inflação estaria recomposta. (O governo Zema) voltou a prometer a recomposição anual da inflação, promessa feita na campanha, que não foi cumprida. Nos anos de 2019, 2020, 2022 e 2023 os servidores não tiveram a prometida recomposição. O anúncio do governador também demonstra que seu governo desconhece (ou finge desconhecer) a realidade do funcionalismo", pontuou.
"No seu 'anúncio', ele tenta demonstrar que é um governo do diálogo, embora não o faça. Exemplos não faltam: um mês de greve da UEMG, judicialização do piso da educação, decisão judicial sobre carreira dos servidores do Sisema, judicialização das paralisações da saúde… um homem do 'diálogo' não teria estes problemas de falta de diálogo", completou.
Novo percentual de reajuste
Na manhã desta terça-feira (4/6), ao lado da secretária estadual de Planejamento, Luísa Barreto, o governador mineiro anunciou o aumento do percentual para 4,62%, número que cobre a inflação de 2023. A proposta inicial era de reajuste de 3,62% para todo o funcionalismo público, que vem sendo duramente criticada.
"A partir dos debates de reajuste na Assembleia Legislativa, recebemos as demandas dos servidores, com a interlocução sempre construtiva do presidente da Casa, Tadeu Martins, e do nosso líder de governo, João Magalhães. Passamos as últimas semanas reunidos, fazendo contas e ajustando economias nos gastos públicos para conseguirmos alcançar o índice de reajuste de 4,62%. Esse percentual corresponde exatamente à inflação de 2023, dessa forma daremos uma recomposição integral das perdas inflacionárias", anunciou o governador Romeu Zema.
De acordo com a secretária Luísa Barreto, a emenda que amplia o reajuste será enviada à Assembleia Legislativa de Minas Gerais ainda nesta terça-feira. Conforme a secretária Luísa Barreto, para alcançar o percentual de 4,62% foi necessário fazer "remanejamentos internos". O reajuste será para todo o funcionalismo público, retroativo a janeiro.