O senador Flavio Bolsonaro (PL-RJ) criticou o pressidente Lula sobre gestão ambiental no combate às queimadas -  (crédito: Jefferson Rudy/Agência Senado)

O senador Flavio Bolsonaro (PL-RJ) é relator da PEC das Praias no Senado

crédito: Jefferson Rudy/Agência Senado

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) das Praias, disse em entrevista ao jornal O Globo que vai alterar o texto para deixar claro que a medida não trata sobre a privatização de praias, e que não possui interesse pessoal no projeto que causou polêmica nas últimas semanas.

 

Segundo o parlamentar, o principal objetivo da PEC é acabar com impostos da época do Brasil colônia, como o foro e o laudêmio, que incidem sobre o terreno como uma espécie de aluguel que deve ser pago à Secretaria de Patrimônio da União (SPU).

 

 

“Não tenho interesse pessoal nisso, não sou proprietário de área beneficiada, não estou levando dinheiro do Neymar nem do empreendimento que ele fará. Isso é narrativa. Quero desconstruir a fake news de privatização das praias”, disse Flávio Bolsonaro.

 

A PEC trata de áreas à beira-mar que são chamadas de “terrenos de marinha”, que são faixas que começam 33 metros depois do ponto mais alto da maré, onde geralmente estão situados empreendimentos imobiliários como hotéis e bares. Na prática, os terrenos não correspondem à faixa de areia e ao mar, que continuariam públicos, mas há um temor que o acesso do público seja dificultado pela iniciativa privada.

 

 

 

O senador ainda afirmou que não é possível ter bloqueios para impedir o acesso às praias brasileiras. “Já existe o direito de passagem hoje em dia, que torna obrigatório a um proprietário privado garantir o acesso a uma coisa pública como a praia. A PEC também diz que permanecem de domínio da União os espaços que não estão ocupados.”, frisou.

 

Nas últimas semanas, o assunto ganhou os holofotes do debate político nas redes sociais, em especial após a atriz Luana Piovani e o jogador de futebol Neymar trocarem “farpas” pelo assunto.

 

A PEC trata de áreas zoneadas em 1831, compreendendo a costa marítima, margens de rios e lagoas, manguezais, apicuns, além do contorno de ilhas costeiras e oceânicas.

 

Atualmente, a União permite que pessoas e empresas usem os “terrenos de marinha”, desde que os empreendimentos paguem impostos específicos. A PEC prevê a autorização para a venda das áreas, fazendo com que os lotes deixem de ser compartilhados entre o governo brasileiro e quem os ocupa, assim, o espaço teria apenas um dono.

 

Arte explica o que são terrenos de marinha

Arte explica o que são terrenos de marinha

Agência Brasil/Min. Economia