Nikolas Ferreira tem um histórico de preconceito na Câmara, e foi inclusive alvo de uma representação no Conselho de Ética por uma fala transfóbica no plenário -  (crédito: Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados)

Nikolas Ferreira tem um histórico de preconceito na Câmara, e foi inclusive alvo de uma representação no Conselho de Ética por uma fala transfóbica no plenário

crédito: Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), em mais uma declaração transfóbica, afirmou que não se pode provar que mulheres trans são mulheres. A fala do parlamentar ocorre após os ataques transfóbicos à deputada federal Erika Hilton (Psol-SP), ocorridos na Câmara dos Deputados, numa discussão na Comissão dos Direitos da Mulher, na última quarta-feira (5/6). 

 

No X (antigo Twitter), uma usuária afirmou que o deputado mineiro "se acha no direito" de dizer "quem é ou não mulher", dessa forma, poderia dizer ele é ou não homem. Ao respondê-la, Nikolas disse que podem afirmar que ele não é homem, mas ele pode "provar". "Podem dizer que eu não sou homem, mas eu posso provar. Podem dizer que mulher trans é mulher, mas não podem provar. Simples assim", escreveu no X, nesta sexta-feira (7/6).

 
 
As falas têm relação com o embate na Câmara dos Deputados. Em audiência com a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, Erika discutiu com a deputada Júlia Zanatta (PL-SC) fora do microfone. No bate-boca, Hilton chamou Zanatta de "ridícula", "feia" e "ultrapassada". "Vai hidratar esse cabelo", afirmou.



"Pelo menos ela é ela", rebateu Nikolas, que entrou no meio da conversa. O episódio foi gravado e exposto nas redes sociais pelo próprio deputado.
 

Nikolas Ferreira tem um histórico de preconceito na Câmara, e foi inclusive alvo de uma representação no Conselho de Ética por uma fala transfóbica no plenário.

 

Além disso, o deputado tem uma condenação em processo de danos morais, movido por Duda Salabert (PDT-MG), também deputada federal. O processo diz respeito a ofensas proferidas por ele enquanto eram ambos vereadores de Belo Horizonte e Nikolas disse que continuaria chamando Duda de "ele", por "ser o que estava na certidão".

 

A transfobia foi equiparada ao crime de racismo pelo Supremo Tribunal Federal em 2019. A pena pode ir de um a três anos de prisão, além de multa. Se tiver ampla divulgação do ato, pode chegar até cinco anos de reclusão.