Acidente com van complica trânsito no Anel Rodoviário de Belo Horizonte -  (crédito: Edesio Ferreira/EM/D.A Press)

Fuad quer assumir gestão do Anel Rodoviário

crédito: Edesio Ferreira/EM/D.A Press

O tema principal do café da manhã do prefeito de Belo Horizonte, Fuad Nonam (PSD), com os jornalistas ontem, foi a disputa eleitoral deste ano e sua pré-candidatura à reeleição, mas ele também falou sobre obras e projetos para a capital mineira. Na conversa com a imprensa, ele disse que resolveu tomar uma decisão “maluca” e pediu ao Departamento Nacional de Infraestrutura em Transporte (DNIT), órgão ligado ao Ministério dos Transportes, que delegue para a gestão municipal a responsabilidade sobre o Anel Rodoviário.

 

O objetivo, segundo ele, é garantir ao município mais autonomia e agilidade nas obras que envolvem a via, uma das mais movimentadas e também com mais acidentes na capital mineira. No ano passado, o prefeito alinhavou convênio com o órgão para assumir obras na via. O acordo foi realizado após o anúncio da construção de oito viadutos ao longo do Anel.

 


“Eu resolvi tomar uma decisão maluca. Eu pedi para o DNIT dar o Anel Rodoviário de presente para Belo Horizonte porque não conseguimos avançar em nada em relação ao Anel”, disse Fuad. Na avaliação do prefeito, mesmo que a manutenção e as obras custem valores elevados aos cofres da PBH, é a única maneira de agilizar a revitalização da via, porque o departamento “tem uma linguagem diferente”. “E isso vai salvar vidas”.

 


Em fevereiro deste ano, durante a primeira visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à capital mineira, o governo federal e a prefeitura assinaram um acordo para a liberação de R$ 65 milhões para obras no Anel Rodoviário, recursos oriundos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

 

Ampliação do metrô

O prefeito falou sobre a tão sonhada e prometida obra de expansão do metrô de Belo Horizonte, que tem a 11ª malha no ranking das 12 capitais brasileiras que possuem sistema metroviário. Questionado se na campanha iria apresentar alguma proposta para o metrô, pauta recorrente nas disputas municipais, Fuad disse que não.

 


Segundo ele, as obras do metrô, “uma demanda antiga”, são caras, o projeto de ampliação é necessário, mas não há recursos no caixa do município para uma realização desse vulto, apesar de ela sempre ser alvo de promessas eleitorais.

 


“O metrô é uma obra caríssima. Cidade nenhuma consegue fazer essa obra sozinha”, afirmou o prefeito. Ele destacou ainda que o governo do estado, depois que o metrô de Belo Horizonte foi privatizado no governo Jair Bolsonaro, em 2022, repassou o sistema a uma concessionária, que assumirá os investimentos. Há uma promessa da construção de uma nova linha. “O metrô é um grande benefício para a cidade, precisamos muito do metrô”, afirma.

 

Árvores cortadas


O prefeito rebateu as críticas dos adversários sobre o corte de árvores em Belo Horizonte. Segundo ele, em uma cidade com 500 mil árvores é necessário fazer cortes para evitar quedas em cima de pessoas e carros. “É impossível imaginar uma cidade com 500 mil árvores que não precise fazer um corte aqui ou acolá”, afirma.

 

Sem citar a pré-candidata à Prefeitura de Belo Horizonte, a deputada Duda Salabert (PDT) – que fez críticas aos cortes –, Fuad disse que “essa candidata levantou toda essa polêmica”.

 


De acordo com Fuad, foram contratados “três ou quatro agitadores” para criticar os cortes. Segundo ele, obra de quem “não tem o que mostrar”. “Por isso me atacam”, afirma. “Foram 55 árvores que estavam no caminho da (corrida) Stock Car que tiramos, com autorização do Comam (Conselho Municipal de Meio Ambiente) e plantamos outras, da mesma espécie, do mesmo tamanho. Tem até uma empresa contratada especialmente para fazer toda a conservação”, explicou.

 

Nesta semana, no Dia Mundial do Meio Ambiente, o prefeito anunciou meta de dobrar o número de árvores da capital e também a criação de um parque em área que havia reivindicação histórica da comunidade.

 

Enchentes e contas


Fuad disse que também foi criticado pelos adversários por causa das enchentes, mas que eles ignoram as obras que a prefeitura tem feito e o fato de que em sua gestão não foi registrado nenhuma morte causada por inundações. Aliás, o prefeito ressaltou nesta semana que as tragédias climáticas são uma realidade que teremos que enfrentar. 

 

Em relação às finanças de Belo Horizonte, o prefeito disse que “as contas estão absolutamente equilibradas” e que todos os quesitos previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que estabelece limites para despesas de todos os entes da federação, “estão todos no verde”.