A experiência de Bonifácio Mourão no campo jurisdicional foi fundamental para que ele conquistasse o cargo de relator da Constituição Estadual, em 1989 -  (crédito: SARAH TORRES/ALMG)

A experiência de Bonifácio Mourão no campo jurisdicional foi fundamental para que ele conquistasse o cargo de relator da Constituição Estadual, em 1989

crédito: SARAH TORRES/ALMG

O advogado Bonifácio Mourão, turma de 1967, na Faculdade de Direito da UFMG, tem no currículo seis mandatos de deputado estadual e dois de prefeito em Governador Valadares. Com a proximidade das eleições municipais, a mosca azul segue a rondar-lhe o universo político, revelou, mas em casa enfrenta resistência brava sobre a possibilidade de disputar novamente um cargo eletivo. Ainda hoje, aos 84 anos, ele se lembra do início de carreira no norte de Minas, quando atuou na área criminal, contando casos de pistolagem na região. À época, o gatilho era azeitado em óleo queimado.


Sua experiência no campo jurisdicional foi fundamental para conquistar o cargo de relator da Constituição Estadual, em 1989, do qual muito se orgulha. A título de ilustração, enfrentou três polêmicas matérias: o deputado Jorge Hannas apresentou uma emenda instituindo o parlamentarismo em Minas, como se o tema pudesse se dissociar do regime presidencialista em vigência no país; a legalização do jogo do bicho, uma criação do fundador do jardim zoológico do Rio de Janeiro, barão João Batista Drummond, em 1892; e a isenção de ICMS para os produtores de leite. "Sofri uma pressão terrível com esta última, pois também sou produtor rural", observou, ao lembrar que era a única voz destoante, num universo de 77 parlamentares.


Todas essas proposições foram barradas na justiça, porque contrárias aos preceitos fundamentais da Carta Maior, relembrou. Mourão sustenta uma qualidade de vida invejável. Além da sinuca, chamado de "Rui Chapéu" pelos amigos, ele se joga na piscina de um clube em Belo Horizonte, quase que diariamente com braçadas para lá de mil metros.

 

RÉGUA E COMPASSO

 


As enchentes em rios e lagoas do Rio Grande do Sul deixaram encalacrada a engenharia brasileira. Mais de uma dezena de pontes com até 100 metros de cumprimento desabaram com as enxurradas. Em 2018, a China inaugurou uma ponte marítima com mais 50 quilômetros de extensão e, a despeito de ciclones, maremotos, terremotos e tsunamis espalhados pelo planeta, consta que segue firme em seus pedestais de concreto e ferro.

 

CONSCIÊNCIA INGÊNUA


O avanço da internet e do crescente comércio virtual e eletrônico proporcionaram uma verdadeira transformação no consumo e costumes do mundo inteiro. O brasileiro, no entanto, segue a comer sua pipoca e algodão doce, enquanto a banda passa afinadinha da tuba ao trombone.

 

DUAS FACES


O aguaceiro que despencou no Rio Grande do Sul, como tragédia anunciada por causa dos fenômenos climáticos e motivos outros nas áreas públicas e privadas, destruiu mais de 200 mil veículos, entre carros, caminhões e motos. A desgraça de uns, alegria de outros, pois novas oportunidades se abrem: são mais de 200 mil pessoas a sonhar com um novo veículo. Bom para os fabricantes, péssimo para as seguradoras.

 

NOVO SLOGAN


As plataformas de compras feitas pela internet estão a trabalhar dia e noite em concorrência acirrada. Nessa seara o tempo urge. As grandes empresas se digladiam pelo consumidor com promessa de entrega dos seus produtos quase no mesmo dia. Brevemente, no rádio e televisão a mensagem propagandística de maior apelo: compre de manhã e receba à tarde.


PERNAS PARA O AR


A erisipela é doença dermatológica, contagiosa, que pode atingir a gordura do tecido celular, provocada por bactérias, que se propagam pelos vasos linfáticos. Ela não escolhe vítimas, mas tem certa preferência por idosos e diabéticos. Seu tratamento exige antibióticos, pede descanso por vários dias. A doença atinge pernas e até o rosto. Curada, pode voltar a incidir sobre o paciente. Outra enfermidade, que virou motivo de prosa em mesas de boteco, principalmente entre os cabeças de prata, é a herpes-zoster.

 

GRITO DE AGONIA


A natureza esgoela, mas é pouco ouvida. A construção da usina hidrelétrica de Três Marias (1961) comprometeu o Rio São Francisco, devastou milhares de árvores, com reflexos ambientais, inclusive, no clima da capital mineira. Outrora, a cidade sofria de frio no inverno, calor no verão e esbanjava flores na primavera. Hoje é o que se vê nos seus arredores: desastres na mineração e devastação do cerrado. Muita soja, muito gado e raros pés de couve. O inesquecível escritor mineiro Wander Pirolli sentenciou em tempos idos: os rios morrem de sede.

 

POLICHINELO


Parado em um dos tantos sinais de trânsito da capital mineira, pois quem gosta de semáforo e sarjeta é paulista, o motorista de táxi lembrou ao inquilino passageiro que, ao retirar o CPF, o funcionário da Receita Federal advertira-lhe ser aquele o seu registro financeiro definitivo: "Não mostre-o nem para a sua mãezinha". Dada a largada com a luz verde, ele prosseguiu: "Hoje, quando vou ao supermercado, farmácia, posto de gasolina e portaria de prédio, a primeira coisa que me pedem é o CPF".