Ronie Lessa, ex-policial é acusado comopor contrabando de peças e acessórios de armas de fogo -  (crédito: Reprodução/Renan Olaz/CMRJ)

Ronie Lessa, ex-policial é acusado comopor contrabando de peças e acessórios de armas de fogo

crédito: Reprodução/Renan Olaz/CMRJ
Em delação premiada à Polícia Federal, o ex-policial militar Ronnie Lessa — assassino confesso da vereadora Marielle Franco e do motorista dela, Anderson Gomes — confirmou que a parlamentar era chamada de “pedra no caminho” dos irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, e que desistiu de matá-la no prédio em que ela morava, pois havia muito policiamento na região. 


Parte do sigilo da delação de Lessa foi retirado nesta sexta-feira (7/6), por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo Lessa, a arma para o crime foi adquirida em setembro de 2017 e, depois disso, eles passaram a tentar monitorar a vereadora.
 
 
“A gente não conseguia localizar, a gente não conseguia ver a Marielle, a gente não conseguia isso; o prédio dela é um 'prédiozinho' que não tem garagem, então um carro que se a pessoa que mora naquele prédio tem um carro, ela tem que parar no estacionamento em outro canto, porque ali não tinha; ali é um cruzamento entre a Rua Barões de Tapagipe com Rua do Bispo, ali tem o Hospital da Aeronáutica, tem uma padaria, e nesse comerciozinho ali tem dois policiais andando o dia inteiro naquela rua ali, e um do trânsito, ou seja, três policiais, não é uma coisa simples”, disse ao delegado. 
 
 
 

Na delação, ele afirmou que Marielle quase foi morta em um bar.  “A coisa foi se tornando difícil, o tempo foi passando e nada; e algumas oportunidades que foram surgindo, se eu não me engano foi num bar na Praça da Bandeira, num barzinho da... esse dia o Macalé (ex-policial) recebeu uma ligação, mas só que ele estava trabalhando na segurança, ele fazia segurança de um outra pessoa, então ele não pode ir”, contou.
 

Transferência para Tremembé 

O ministro do STF Alexandre de Moraes aceitou, nesta sexta-feira, o pedido de transferência do ex-policial militar Ronnie Lessa para o complexo penitenciário de Tremembé, em São Paulo. Ele está preso na Penitenciária Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, desde março de 2019. 

 
Moraes também retirou o sigilo de parte da delação premiada de Ronnie Lessa. O ex-policial militar fechou um acordo com Polícia Federal, em que indicou que os irmãos Brazão, Chiquinho e Domingos, eram os mandantes do assassinato de Marielle. 

 
Na decisão, o ministro destacou que os benefícios previstos na colaboração dependem da eficácia das informações prestadas pelo ex-militar "uma vez que trata-se de meio de obtenção de prova, a serem analisadas durante a instrução processual penal".