Pré-candidatos de Lula, Bolsonaro e de Zema não estão entre os favoritos na eleição a prefeito de BH -  (crédito: Arte sobre fotos de Evaristo Sá e Sérgio Lima/AFP e Jair Amaral/EM/D.A Press)

Pré-candidatos de Lula, Bolsonaro e de Zema não estão entre os favoritos na eleição a prefeito de BH

crédito: Arte sobre fotos de Evaristo Sá e Sérgio Lima/AFP e Jair Amaral/EM/D.A Press

Apesar da alta influência da polarização nacional e de seus chefes políticos, os pré-candidatos de Lula, Bolsonaro e de Zema não estão entre os favoritos na eleição a prefeito de BH. Nesta semana, serão divulgadas duas novas pesquisas. Como nas anteriores, o petista Rogério Correia (PT), o bolsonarista Bruno Engler (PL) e Luísa Barreto (Novo) não aparecem na ponta. Desses, o pré-candidato do PL pontua melhor.

 

A situação de Rogério e de Luísa são mais precárias, sinalizando que as lideranças de Lula e de Zema não estariam transferindo votos.

 

É compreensível que a fase é de pré-campanha, mas a menos de quatro meses da votação, Lula anda meio em cima do muro. No mesmo dia em que recebeu, pela 4ª vez consecutiva, na quarta-feira (5), o prefeito de BH e candidato à reeleição e agracia a capital, por meio dele, com recursos para obras, faz movimento confuso. Recebeu também o pré-candidato de seu partido e estimulou a aliança dele com a pré-candidata do PSOL, Bella Gonçalves. Afinal, Lula, vai de partido ou de frente ampla, com Fuad Noman (PSD)?

 

 

Como é política, Zema é mais confuso. Seu partido tem pré-candidata, mas ele dialoga com outros de seu campo ideológico. Jura de pés-juntos que vai apoiar a ex-secretária Luísa Barreto, mas fica satisfeito com Bruno Engler ou Carlos Viana (Podemos). Ainda tem o Mauro Tramonte (Republicanos), que, como Viana, surfa nos efeitos da TV, que podem ser sustentáveis ou não. Rogério gasta mais tempo no duelo da polarização e dedica pouco aos problemas da cidade, como observam aliados.

 

Racha e bagunça

Se a direita experimenta o racha com três ou quatro pré-candidaturas, a esquerda ficou bagunçada em BH. Em vez de união, o PT de Rogério fechou com o PSOL de Bella Gonçalves, e o PDT de Duda Salabert recebe apoio da deputada Ana Paula (Rede), enquanto seu partido está federado com o PSOL. Tem gente na mesma esquerda que defende o apoio a Fuad Noman (PSD).

 

 

Frente ataca Zema e aliados


A Frente Mineira em Defesa do Serviço Público comunicou aos cerca de 10 sindicatos e associações que a integram a aprovação de duas medidas contra a derrota na reposição salarial. A primeira convoca todos a agirem para minar as pré-candidaturas a prefeito de deputados que votaram contra os servidores e de seus pré-candidatos. Em outra medida, espalharam outdoors eletrônicos em Goiânia, onde Zema participou de encontro do partido Novo. Advertem aos goianos e ao país sobre Zema: “Os mineiros não querem o mesmo para o Brasil”.

 

Outdoor da Frente Sindical ataca Zema em Goiânia, onde ele esteve

Outdoor da Frente Sindical ataca Zema em Goiânia, onde ele esteve

Divulgação

 

Zema zomba de deputados

Com cara de bom moço ao estilo de Forrest Gump, o governador zombou e tripudiou da oposição e até dos aliados que votaram contra a reposição salarial dada por ele aos servidores. Um dia após a vitória, Zema viajou a Goiás e, de lá, postou agradecimento ao presidente da Assembleia, Tadeu Leite (MDB), e a 64 deputados. “Eles conhecem a situação financeira do estado e aprovaram o aumento de 4,62% a todos os servidores, limite possível de honrar compromissos e pagar os salários em dia”. O placar foi de só 38 favoráveis contra 28 contra.

 

Zema obtém união inédita

Com sua gestão política, Zema conseguiu feito inédito: unir todos os sindicatos e associações de servidores contra ele. Até mesmo o do professorado está aliado ao dos militares. O que se via no passado eram policiais batendo em professores/as em atos de rua.

 

Noite das Arábias em Moc

Ninguém em Montes Claros reclamou, especialmente, a oposição que tem a obrigação constitucional de ler o Diário Oficial e fiscalizar. Em vez disso, todos estão esperando a chegada do circo no aniversário da cidade no dia 3 de julho. A prefeitura contratou por R$ 650 mil o show do sertanejo Leonardo. O ervanário daria para comprar, por exemplo, 400 cestas básicas, que sustentariam igual número de famílias de 4 pessoas por 10 dias.

 

O vice-prefeito e pré-candidato a prefeito, Guilherme Guimarães (União), considerou razoável o custo da produção. Exaltou a situação financeira do município e a realização de 2,5 mil obras. “Cultura também é importante”, justificou em um argumento que não fica de pé, especialmente diante da talentosa cultura regional que foi ignorada.

 

Tática sertaneja

O partido União Brasil adotou tática que deverá ser alvo de investigação do Ministério Público. Contratou 40 shows do sertanejo Gusttavo Lima por R$ 40 milhões e os destinou a prefeitos aliados. Há quem acuse lavagem de dinheiro público no uso do fundo partidário.

 

Candidato dos ricos

Tem instituto de pesquisa que está alterando a composição da amostra para favorecer pré-candidatos dos ricos e da direita. Contrariando dados do IBGE, ampliam consultas na zona sul e entre os melhores de vida.