Ministro Luís Roberto Barroso disse, sem citar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que agora as instituições não se atacam -  (crédito: Andressa Anholete/SCO/STF)

Ministro Luís Roberto Barroso disse, sem citar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que agora as instituições não se atacam

crédito: Andressa Anholete/SCO/STF

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, disse nesta quinta-feira (13/6) que o Brasil volta à normalidade democrática aos poucos, o que significa, entre outras coisas, que a Corte máxima do Judiciário consegue tomar decisões que eventualmente podem desagradar o governo federal sem que sofra ataques.

 

"Felizmente as instituições venceram e acho que hoje nós podemos desfrutar da normalidade democrática. A normalidade democrática não significa que todo mundo apoia o governo ou concorde com o governo. Significa que as pessoas não precisam ter medo de divergir, que podem se manifestar. No caso do STF, significa que o STF pode decidir contra o governo sem o risco de ser insultado", disse o ministro.

 

 

A fala ocorreu durante participação dele por videoconferência na 9ª edição do Congresso Brasileiro de Direito Eleitoral, que acontece em Curitiba até sábado (15/6). O evento é organizado pelo Instituto Paranaense de Direito Eleitoral (Iprade), pela Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep) e Instituto Brasileiro de Direito Eleitoral (Ibrade).

 

"Vivemos um momento de progressiva volta à normalidade. Digo progressiva porque ainda estamos julgando os casos do 8 de janeiro, ainda está se investigando uma tentativa de golpe do estado, e evidentemente que isso dificulta o fim da polarização, e a necessária e desejável pacificação da sociedade brasileira", afirmou o ministro.

 

Sem citar o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Barroso falou durante quase meia hora sobre o recente avanço da extrema direita e do populismo autoritário no mundo e no Brasil e citou ameaças contra a democracia capitaneadas pela gestão anterior.

 

 

Barroso também demonstrou preocupação com os impactos negativos da revolução digital nas democracias e voltou a defender a regulamentação das plataformas digitais e do uso da inteligência artificial, especialmente em um ano eleitoral, para evitar "desinformação massiva, disseminação de ódio, destruição de reputações e divulgação de teorias conspiratórias".

 

"Vamos precisar sim de regulação para as plataformas digitais. Espero e desejo que ela venha do congresso. A inteligência artificial também precisa ser regulada para que ela permaneça num caminho ético e faça bem às causas da humanidade", disse ele.