Contadora de histórias fala sobre aborto no Senado -  (crédito: Senado/Reprodução)

Contadora de histórias fala sobre aborto no Senado

crédito: Senado/Reprodução

A sessão no Senado Federal que discutia a proibição do Conselho Federal de Medicina (CFM) a assistolia fetal para interrupção de gravidez em casos de estupro, como previsto em lei, foi aberta com uma performance de uma contadora de histórias que reproduziu as falas de um feto durante o aborto.

 

 

Nyedja Gennari interpretou um texto dramático fazendo referência à técnica de assistolia fetal, usada na interrupção da gravidez nos casos de aborto previsto em lei, para interromper os batimentos cardíacos do feto, antes da retirada.

 

“Não! Não acredito! Essa injeção, essa agulha! Quero continuar vivo. Vai doer muito. Por Deus, eu imploro!”. A história interpretada com detalhes do procedimento abortivo foi aplaudida pelos conservadores no Senado. “Essa história, embora trágica, dolorosa, é um chamado para reflexão, para que todos compreendam a seriedade e as consequências do aborto.”

 

O debate ocorre no plenário do Senado após a polêmica envolvendo o PL do aborto.

 

Na última semana, grandes manifestações ocorreram em Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e outras cidades, demonstrando a opinião popular contra o projeto. Como o projeto prevê que mulheres e crianças, ao realizarem até mesmo o aborto legal, como no caso de vítimas de estupro, possam ser condenadas a penas de prisão de até 20 anos, enquanto esse crime sexual tem pena máxima de 10 anos, grupos contrários ao texto começaram a chamar a proposta de "PL do estuprador".

 

 

O autor do texto, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), da bancada evangélica, admitiu hoje que a análise no plenário pode ser deixada para o fim do ano, após as eleições municipais.

 

O governo, que não se opôs à aprovação da urgência para a tramitação da proposta na semana passada, agora afirma que vai atuar para barrar o avanço da iniciativa no Congresso.