Moraes é o relator do inquérito que investigou os mandantes do crime -  (crédito: Antonio Augusto/SCO/STF)

Alexandre de Moraes arquivou nesta quinta-feira (20/6) o inquérito criminal contra os dirigentes do Google e do Telegram no Brasil que participaram de campanha contra o Projeto de Lei das Fake News

crédito: Antonio Augusto/SCO/STF

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), arquivou, nesta quinta-feira (20/6), o inquérito criminal contra os dirigentes do Google e do Telegram no Brasil que participaram de campanha contra o Projeto de Lei das Fake News. O encerramento da apuração foi pedido pela PGR (Procuradoria-Geral da República).

 

Eram investigadas suspeitas de tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito, propaganda enganosa e publicidade abusiva qualificada, além de abuso de poder econômico e contra as relações de consumo.

 

É comum que, após o pedido do Ministério Público, o magistrado determine o arquivamento de um inquérito criminal. O inquérito foi aberto a partir de um pedido do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

 

 

Em maio do ano passado, quando o projeto de lei estava prestes a ser votado na Casa, o Google publicou em sua página principal de buscas um link cujo título era "o PL das fake news pode aumentar a confusão sobre o que é verdade ou mentira no Brasil".

 

Além disso, também motivou o pedido de Lira uma mensagem disparada pelo Telegram que afirmava que seria aprovada uma lei que "irá acabar com a liberdade de expressão". A proposta acabou não sendo levada à votação.

 

Segundo a PGR, após a conclusão do inquérito, o órgão não encontrou provas que justifiquem a instauração de um processo criminal.

 

"A análise do que se colheu durante a investigação criminal denota a ausência de justa causa para a propositura da ação penal", diz o pedido a Moraes, assinado pelo vice-procurador-geral da República, Hindemburgo Chateaubriand.

 

 

Pelo entendimento da PGR, se posicionar contrariamente à proposta legislativa, ainda que marcada por intenção de privilégio de interesse próprio, não demonstra o intuito de abolir o regime democrático ou tolher o exercício regular dos poderes constitucionais.

 

O órgão também avaliou não haver ilícitos penais relacionados a relações de consumo.

 

Na manifestação, o vice-PGR diz que, apesar de ter solicitado o arquivamento em relação ao inquérito criminal, os elementos de prova ainda podem ser aproveitados em ações civis ou administrativas.