"Precisamos de mais Minas Gerais para ponderar, ouvir e conciliar, se preciso com alguma ousadia, o que JK fazia muito bem", diz o ex-governador Eduardo Azeredo

crédito: ALEXANDRE GUZANSHE/EM/D.A.PRESS


A administração pública tem suas peculiaridades, como atesta o ex-governador Eduardo Azeredo, quadro do PSDB, engenheiro mecânico, nascido em 1948, com especialidade em informática. “É preciso boa dose de tolerância”, justificou o filho do ex-deputado Renato Azeredo, que ainda garoto distribuía santinhos na avenida Afonso Pena aos eleitores do antigo PSD.

 

O polêmico projeto do ICMS Cultural, observou, também tratado por “Lei Robin Hood”, enfrentou forte resistência na sua gestão. A legislação tirava recursos dos maiores municípios. Repassava-os aos pequenos. Desde que estes preservassem o meio ambiente e o patrimônio histórico-cultural, de acordo com normas do Iepha. "Hoje são mais de 800 os municípios beneficiados", informou.

 

Até por sua formação técnica, Azeredo é ferrenho defensor da urna eletrônica nas eleições. Cerca de 41 países e 18 estados dos EUA, atestou o tucano, fazem uso dessa ferramenta tecnológica em seus pleitos, implementada a partir de Santa Rita do Sapucaí. Segundo ele, ainda prevalece no Brasil a ideia errônea de que essa parafernália da informática é desprezada no mundo democrático. O momento político pede moderação e equilíbrio. “No meu governo conviviam muito bem Amílcar Martins (Cultura) e Alysson Paulinelli (Agricultura). O primeiro à esquerda, o segundo à direita. É preciso superar o radicalismo demagógico”, analisou.

 

O tucano defende uma redução na quantidade de partidos, assim como a bandeira parlamentarista. Azeredo não se mostra arredio à tese do fim da reeleição com mandato de cinco anos. “Precisamos de mais Minas Gerais para ponderar, ouvir e conciliar, se preciso com alguma ousadia, o que JK fazia muito bem”, completou.


QUARTA VEZ

 


Mestre em projetar e conferir operações com algarismos no ábaco da oficialidade municipal, o contador geral Nourival de Souza Resende Filho, esfuziante, se distrai enumerando constelações nos céus das Alterosas, tal a sua alegria. Ele foi a Brasília buscar o troféu de primeiro lugar em Qualidade da Informação Contábil e Fiscal, conquistado por BH e concedido pelo Tesouro Nacional.



CÂNFORA

 

Nem diesel, nem gasolina, nem etanol. Vem por aí um motor potente para veículos automotores movido a amônia. Aguentemos o cheiro!



CAUSAS E EFEITOS

 

A psicanálise tem muito do direito e o direito tem muito da psicanálise. A juíza das Relações de Consumo Moema Carvalho Balbino, recém-aposentada, trocou a elegante toga no púlpito do Juizado Especial, antigo Pequenas Causas, por confortável poltrona frente ao divã.

 

 

Ela encontrou na psicanálise uma segunda paixão profissional, depois de 25 anos dedicados à magistratura. Doravante, não mais demandantes e litigantes, mas pacientes. “Saber ouvir e exercer a magistratura com humildade é importante”, avaliou, “pois antes de tudo somos servidores públicos e precisamos escutar todas as partes sem preconceitos”. A magistratura, acrescentou, se impõe como poder de decisão para as pessoas, de acordo com as normas vigentes. No método psicanalítico, a pessoa decide por si.

 

Natural de Guaxupé, Moema Balbino cursou direito na Universidade de São Paulo. Se diz fiel discípula do francês Jacques Lacan, mas reconhece a importância de Sigmund Freud no desvendar desse enigma, chamado inconsciente. Na função de primeira juíza a tratar das vítimas de violência doméstica com foco na Lei Maria da Penha, ela atende, inclusive gratuitamente, várias pacientes que sofreram nas mãos de marido, filho, cunhado e irmão. A institucionalização de uma delegacia especializada em tratar os crimes contra a mulher, segundo destacou, melhorou por demais a aplicabilidade da legislação protecionista ao público feminino.


NOVAS GERAÇÕES

 

Quem vai suceder a Chico Buarque, Roberto Carlos, Milton Nascimento, Caetano Veloso, Paulinho da Viola e Gilberto Gil, que substituíram por notório saber a Noel Rosa, Ary Barroso, Herivelto Martins, Adoniran Barbosa, Nélson Cavaquinho e Dorival Caymmi?


CRUDELÍSSIMA

 

 

Alguém comentava na mesa daquele bar: quem leu “O velho e o mar”, de Ernest Hemingway, compreende, nem que seja em parte, a tragédia e o sofrimento dos moradores do Rio Grande do Sul, que com enorme sacrifício construíram uma existência, perdida em uns poucos instantes.


PREENCHIMENTOS


O Brasil tem 212 milhões de habitantes, 214 milhões de  celulares ativos, 1,2 bilhão de contas bancárias, 73 milhões de endividados, 7,3 milhões de portadores da nova carteira de identidade. É o país campeão em cirurgias estéticas com 1,5 milhão de procedimentos ao ano, sendo a lipoaspiração a mais procurada.


INCOMPREENSÃO

 

Experientes profissionais do marketing político acham estranho que o slogan do prefeito Fuad Noman (PSD), candidato à reeleição, em intensa campanha publicitária, seja “daqui a pouco tem mais”.



TESTEMUNHAL

 

As professoras Sandra Starling e Maria da Conceição Tavares, falecidas, formavam dupla do barulho, em amizade duradoura nascida nos tempos de mandato petista na Câmara Federal. Distantes dos holofotes, ambas se reuniam com frequência no sítio da mineira na Região Metropolitana de BH. Passavam o fim de semana a descascar o mundo entre cigarros e vinhos. Não ficava pedra sob pedra.



QUINTA COLUNA

 

 

Os analistas políticos mais atentos invocam a certeza de que nas próximas eleições das principais cidades aparecerão figuras desprendidas de qualquer natureza moral e ética para atacar os favoritos nos debates. Serão candidatos que pisam sem dó e piedade nos favoritos.



VITAMINA C

 

O alimento da vez é o suco de laranja. Segundo pesquisa da USP, ele serve para garantir uma flora intestinal segura e ativa, proporcionando qualidade de vida aos diabéticos e cardíacos, desde que tomado com a devida moderação, claro.



INATIVOS

 

Uma infinidade de faixas de vende-se e aluga-se cobre milhares de imóveis na capital mineira. Para o motorista de táxi, velhaco em intrigas aleatórias, em breve os anúncios terão por conteúdo o troca-se e, se bobear, o empresta-se para o proprietário se livrar no mínimo do condomínio ou IPTU.