"O Banco Central tem necessidade de manter a taxa de juros a 10,5% quando a inflação está a 4%? O Banco Central leva em conta de que as pessoas estão tendo dificuldade de fazer financiamento?", questionou Lula -  (crédito: EVARISTO SÁ/AFP)

"O Banco Central tem necessidade de manter a taxa de juros a 10,5% quando a inflação está a 4%? O Banco Central leva em conta de que as pessoas estão tendo dificuldade de fazer financiamento?", questionou Lula

crédito: EVARISTO SÁ/AFP

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar o Banco Central após a instituição sinalizar o fim do ciclo de cortes da taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 10,5% ao ano. A declaração ocorreu nesta quarta-feira (26/6), em entrevista ao portal UOL.


"O Banco Central tem necessidade de manter a taxa de juros a 10,5% quando a inflação está a 4%? O Banco Central leva em conta de que as pessoas estão tendo dificuldade de fazer financiamento? Porque é o seguinte, cara, não é culpa sequer do Banco Central, é culpa da estrutura que foi criada. Ou seja, o cara não pode ser só cuidar da inflação. Precisa cuidar do seguinte: o Banco Central vai ter um plano de meta de crescimento? Eu quero controlar a inflação, mas eu quero crescer. A gente vai alcançar para isso?", questionou o presidente Lula.


Em sua fala, Lula destacou que continua criticando a taxa de juros, mas disse que isso deveria ocorrer também por parte dos empresários do setor produtivo. "A CNI, a Fiesp, ao invés de reclamar do governo, deveriam fazer passeata contra a taxa de juros, porque são eles que estão tendo dificuldade, são ele que não conseguem crédito, não é o governo", disse.

 


Próximo presidente do BC


Lula também afirmou que ainda não bateu o martelo para a escolha do próximo presidente do Banco Central, mas teceu elogios ao diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, a quem ele chamou de "altamente preparado".

 

Galípolo é o principal cotado para comandar o BC. O mandado de Roberto Campos Neto, atual presidente da instituição, se encerra no dia 31 de dezembro deste ano.

 

De acordo com o presidente, o encontro dele com Galípolo nessa terça-feira (25/6) foi apenas para estabelecer a meta contínua de inflação.

 

"O Galípolo é um companheiro altamente preparado, conhece muito do sistema financeiro, mas eu ainda não estou pensando na questão do Banco Central. Vai chegar um momento que eu vou pensar e indicar um nome", disse.

 

 

Lula também pontuou em sua fala que não escolherá o nome pensando no mercado. "Indico o presidente do Banco Central para o Brasil. Ele vai ter que tomar conta dos interesses do Brasil. E o mercado tem que se adaptar a isso", pontuou.