O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), anunciou o investimento de R$ 58 bilhões em um programa de transição energética em Minas Gerais, nesta sexta-feira (28/6). Em evento ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em Belo Horizonte, o ministro apresentou o que foi chamado de “Circuito mineiro de investimentos em transição energética”.
O anúncio inclui o investimento de R$ 17 bilhões em geração de energia elétrica renovável em 2024, nas cidades de Alagoa, Arinos, Jaboticatubas, Jaíba, Montes Claros, São Gonçalo do Abaeté e Uberaba. No setor, outros R$ 14 bilhões foram concluídos desde 2023 nas cidades de Arinos, Jaíba, Paracatu, São Francisco da Glória, Serra do Salitre, Tupaciguara e Várzea da Palma.
“Minas Gerais tem tudo para se destacar na transição energética e ser um exemplo para o país. Nosso estado possui a maior capacidade instalada para geração de energia solar do Brasil. Quase um terço de todo o potencial está aqui, em terras mineiras”, afirmou Silveira.
Ainda no evento foram anunciados R$ 23 bilhões em leilões de linhas de transmissão, que segundo o Minas e Energia podem gerar 40 mil novas vagas de emprego. E a previsão de R$ bilhões para o setor de biocombustíveis, com a produção de biometano em Sacramento e Tupaciguara, e etanol em Cristais e Limeira do Oeste.
Silveira e Lula ainda assinaram uma série de contratos do primeiro leilão de linhas de transmissão em 2024, realizado em março. O investimento previsto é de R$ 18,2 bilhões em obras para 6.464km de extensão e novas subestações de energia. Do montante, serão R$ 3,5 bilhões investidos em 29 municípios mineiros, principalmente no Norte e Nordeste do estado.
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“Estamos fazendo a nossa parte, atraindo investimentos, gerando empregos e investindo na infraestrutura necessária para escoar toda a energia limpa e renovável gerada aqui. Tudo isso vai movimentar a economia regional e transformar a realidade local com os novos empregos”, finalizou Silveira.
Em conjunto com o ministro das Cidades, Jader Filho (MDB), Silveira também anunciou que o programa Luz para Todos vai investir R$ 3 bilhões para a instalação de painéis fotovoltaicos nas habitações do ‘Minha Casa, Minha Vida’. Minas Gerais vai ser contemplada nas primeiras obras com 15.955 unidades habitacionais em 40 municípios. Belo Horizonte, por exemplo, vai receber energia solar em 3.060 residências do programa.
“A partir de hoje, o Minha Casa Minha Vida se une ao Luz Para Todos, é a união da sustentabilidade. Vamos instalar placas solares nas residências do programa, reduzindo a conta de energia das famílias de baixa renda. Esta é a transição energética, na prática, levando energia limpa e renovável e combatendo a pobreza energética, levando resultados diretamente na vida das pessoas”, afirmou Alexandre Silveira.
Cemig e Zema
Ao falar do Luz Para Todos, o ministro ainda fez críticas ao governador Romeu Zema (Novo) e cobrou uma maior valorização do funcionalismo público. Também nesta sexta, o chefe do Palácio Tiradentes sancionou o aumento de 4,62% nos salários dos servidores, último dia do prazo legal, mas vetou o mecanismo que previa o reajuste automático dos servidores da Educação com as atualizações do piso nacional do magistério.
Zema afirmou que a proposta é inconstitucional e desconsidera a capacidade financeira e a autonomia político-administrativa do Estado, “afrontando o equilíbrio federativo”. Para Silveira, é preciso “respeitar o funcionalismo”, uma vez que sacrificar os servidores seria o mesmo que “sacrificar a prestação dos serviços públicos”.
“Quando existia um falso alinhamento de ideias no governo anterior, não vimos melhorias nenhuma para o povo mineiro. Minas ficou carente e pediu socorro. Carente de gestão e de articulação. Agora, com o governo Lula, estamos recuperando as rodovias, a educação e a saúde”, disse.
O ministro também se dirigiu ao vice-governador Mateus Simões (Novo), que presente no evento foi vaiado pela militância petista, para pedir investimentos da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) no Luz Para Todos.
“Pedimos ajuda à Cemig para retomarmos o Luz Para Todos, e a Cemig disse que não tinham mais residências sem a luz do programa. Mas, andando pelo estado, vimos quilombolas e ribeirinhos sem luz. Precisamos acelerar a Cemig para acelerar o desenvolvimento em Minas”, completou.
O Estado de Minas questionou a Cemig sobre as queixas de Silveira e aguarda retorno.