Luisa Barreto (Novo), pré-candidata à Prefeitura de Belo Horizonte, deixará a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão na próxima quinta-feira (6/6) para poder disputar as eleições. A secretária do governador Romeu Zema (Novo) será substituída por Camila Neves, atualmente subsecretária de Inovação e Gestão Estratégica em Minas. De acordo com fontes do governo, a saída de Barreto será discreta. Camila foi escolhida por ter um perfil parecido com o de Luísa.

 

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Administradora pública, Barreto ocupa cargo no governo desde 2019, quando foi secretária adjunta de Planejamento. Em dezembro de 2020, foi a primeira mulher a assumir a presidência da Emater-MG e hoje atua como secretária de Estado de Planejamento e Gestão. Em 2020, disputou a prefeitura de BH pelo PSDB, mas deixou a sigla em 2022, depois que o partido, que faz federação com o Cidadania, não quis participar da chapa de Zema e não permitiu que o jornalista Eduardo Costa (Cidadania) fosse candidato a vice-governador na chapa do Novo.

 

Em busca da candidatura pela PBH, Luisa deixa o cargo no governo na data-limite para desincompatibilização de cargos, como prevê a Lei Eleitoral. Lançada oficialmente como pré-candidata no fim de dezembro do ano passado, a campanha da novista já tem vice decidido: o secretário-geral adjunto de Planejamento e ex-deputado federal Lucas Gonzalez, que também deve deixar o governo.

 

No mesmo dia em que o Novo confirmou a pré-candidatura, o governador Romeu Zema divulgou um vídeo apoiando a decisão, mas ponderou a possibilidade de a legenda apoiar outro partido nas eleições municipais na capital. A declaração caminha para ser concretizada agora, em junho de 2024. Isso porque Luisa vem sendo cortejada por outras três campanhas da direita: a do senador Carlos Viana (Podemos), a do deputado estadual Bruno Engler (PL) e a do deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos).

 

A secretária, que vem tomando protagonismo nas últimas aparições de Zema - sempre fotografada ao lado do governador e fazendo discursos para apoiadores - vem sendo enxergada como crucial na reta final para as oficializações das campanhas. Já que, para vencer a esquerda que ensaia uma unificação, os três candidatos querem o apoio do chefe do Executivo mineiro, algo que Luisa tem de sobra.

 

Porém, como noticiou a coluna “Em Minas” na semana passada, se depender apenas da secretária, nenhum deles a terá em suas chapas. Luisa acredita que sua campanha, mesmo não sendo vitoriosa, pode funcionar como projeção ao seu nome, considerando que sua participação política ainda é recente. Para ela, pessoalmente, não faz sentido embarcar em campanhas como as de Viana, Engler e Tramonte. A secretária sempre pregou que gostaria de estar longe das polarizações políticas e, com a possível união da esquerda na disputa, a campanha da capital mineira deve caminhar para discordâncias.

 

Nos bastidores do Novo, há entendimento de que nem todos concordam com a manutenção de Luisa na corrida pela prefeitura. Mesmo entre a ala que defende a continuidade da candidatura da secretária, por acreditar que ela representa os ideais do partido, alguns interlocutores não descartam a possibilidade de ela compor chapa com outro partido de direita. Segundo uma fonte do Novo ouvida pela reportagem, Luisa não tem performado bem nas pesquisas, trazendo uma incerteza sobre a possibilidade de o partido financiar uma campanha que, neste caso, estaria fadada ao fracasso.

 

Com isso, tudo parece caminhar para que Luisa Barreto ceda e se transforme em vice na chapa de um integrante da direita. Mas, mesmo dentro do partido, não se sabe ao certo quem será o escolhido pela secretária. No momento, a tendência parece ser favorável a Carlos Viana. Mas, com a chegada do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a Belo Horizonte neste mês, isso pode mudar. Ele já planeja conversar com Zema para a indicação de Luisa para a chapa de Engler.

 

Quem é Camila Neves?

Camila é subsecretária de Inovação e Gestão Estratégica em Minas e assume a Secretaria de Gestão e Planejamento assim que Luisa sair do cargo. Graduada em Administração Pública pela Fundação João Pinheiro (2009), ela também tem especialização em Administração Pública pela Fundação João Pinheiro (2012). No currículo, constam também um Master in Leadership and Public Management pelo Centro de Lideranças Públicas (2016) e um Master in Public Administration pela Queen Mary University of London (Chevening Scholarship, 2017).


 

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