BRASÍLIA, DF - O presidente Lula (PT) deverá conversar com presidentes de partidos, líderes e ministros da base aliada em mais um movimento para azeitar a articulação política do governo após derrotas do Palácio do Planalto no Congresso Nacional.

 

Segundo um membro do Executivo, o petista sinalizou disposição de participar de novas reuniões do chamado Conselho de Coalizão, órgão que reúne presidentes, líderes e vice-líderes dos partidos da base aliada do governo na Câmara e no Senado, assim como ocorreu no ano passado.

 

Ainda de acordo com relatos, o petista também se colocou à disposição da equipe da articulação política para atuar diretamente com os ministros de seu governo que representam bancadas das duas Casas em votações do Congresso consideradas estratégicas.

 

Os encontros serão articulados pelo ministro Alexandre Padilha, da Secretaria de Relações Institucionais, que é responsável pela articulação política do governo no Legislativo.

 



 

Isso ocorre num momento em que o petista tem mostrado que quer se envolver mais diretamente na articulação política de seu governo, após o Executivo acumular uma série de derrotas na semana passada em sessão do Congresso.

 

 

Três pautas de cunho ideológico marcaram a sessão de análise dos vetos presidenciais com reveses ao governo: o fim das saidinhas de presos, um pacote de costumes incluído por bolsonaristas na prévia do orçamento e o veto de Jair Bolsonaro (PL) ao dispositivo que criminalizava "comunicação enganosa em massa".

 

Nessa segunda-feira (3/6), Lula comandou a primeira reunião de seu prometido novo modelo de relação com o Congresso. Após o encontro, Padilha tentou minimizar o fiasco afirmando que "nada do que aconteceu na sessão do Congresso Nacional surpreendeu os articuladores políticos do governo".

 

 

A informação de que o presidente pretende se reunir com presidentes de partidos e lideranças do Congresso foi repassada pelo líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), a vice-líderes do governo em reunião na manhã desta terça-feira (4/6). Ele sinalizou que isso poderá ocorrer ainda neste semestre, mas não há nenhuma data marcada.

 

Ainda na reunião desta terça, parlamentares ressaltaram a importância de reforçar a posição do governo na Casa, defendendo ações e pautas prioritárias, durante sessões de plenário e nas comissões temáticas da Câmara.

 

Parlamentares da base aliada de Lula no Congresso afirmam que falta alguém "empoderado" no Palácio do Planalto que garanta uma articulação política eficiente e, principalmente, o cumprimento dos acordos feitos.

 

Para eles, a entrada de Lula no dia a dia da sua articulação é importante. Mas, por ora, esses parlamentares dizem não ver disposição do petista para isso. Isso porque já houve sinalizações de que o presidente aproximaria o diálogo anteriormente, mas isso não ocorreu.

 

 

Em fevereiro, o petista recebeu o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e líderes da Casa para uma confraternização no Palácio da Alvorada e afirmou que isso se tornaria rotineiro - até agora, no entanto, não ocorreu novo encontro.

 

Em março, Lula também teve encontro do mesmo tipo com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e líderes partidários.

 

Padilha, por sua vez, se reúne frequentemente com ministros e líderes do Congresso da base aliada. Em abril, ele realizou uma rodada de conversas desse tipo.

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