Um dia após a apertada vitória em plenário (33 votos a 32), o governador iniciou, na quarta (5/6), a retaliação a deputados aliados que votaram a favor de reposição salarial maior aos servidores. A primeira a receber o castigo foi a deputada e vice-líder do governo, Chiara Biondini (PP), que apoiou a emenda que concedia 10,67% aos militares. Numa canetada, ela perdeu todos os cargos que havia indicado, incluindo o do próprio irmão, Mauro, na estatal Codemge/Codemig.

 

Outros estão na mira de Zema. O PL, por exemplo, que é base da governista, votou rachado. De seus 11 deputados, seis votaram a favor da mesma emenda, que é de autoria do deputado Sargento Rodrigues. Além dele, votaram a favor os deputados Caporezzo, Eduardo Azevedo, Coronel Sandro, Bruno Engler e Delegada Sheila, todos ligados aos servidores das forças de segurança. Os cinco que votaram contra foram Marli Ribeiro, Antonio Arantes, Coronel Henrique, Alê Portela e o líder Gustavo Santana.

 

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Dias antes da votação, Alê foi convidada por Zema para assumir a Secretaria de Desenvolvimento Social sem o conhecimento da bancada do PL e do próprio líder. Até o secretário de Governo, Gustavo Valadares (PMN), justificou-se com a bancada, confessando que ficou sabendo pela imprensa.

 

Bruno Engler rompe

 

Além de sua identidade com as forças de segurança, Bruno Engler, que é pré-candidato a prefeito de BH, votou contra Zema e não escondeu sua revolta. No mês passado, o governador prestigiou evento do concorrente dele, senador Carlos Viana (Podemos), na disputa eleitoral. Seus votos foram alinhados com a oposição.

 

Trombone calado

 

Demitido por disputar espaço com o presidente da Cemig, Reynaldo Passanezi, o ex-diretor de Geração e Transmissão Thadeu Silva foi agraciado com generosa vaga no Conselho de Administração da Aliança Geração de Energia, subsidiária dessa estatal. A oferta chegou em tempo, antes que o exonerado colocasse a boca no trombone.

 



 

Cármen Lúcia não tem medo

 

A nova presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, pode não ter a mesma cara sisuda do antecessor, Alexandre Moraes, mas mandou um recado curto e grosso aos detratores da democracia. “A mentira continuará a ser duramente combatida. O ilícito será investigado e, se provado, será punido na forma da legislação vigente. O medo não tem assento em alguma casa de Justiça”. A afirmação foi feita em seu discurso de posse como a primeira mulher a presidir a Justiça Eleitoral duas vezes.

 

Para a cerimônia, ela convidou cerca de 20 mineiros, entre eles o conselheiro Agostinho Patrus, do TCEMG, o presidente eleito do TJMG, desembargador Corrêa Jr., o ex-prefeito de BH Alexandre Kalil, o atual presidente do TRE/MG, desembargador Octavio Boccalini, o futuro presidente desse Tribunal, desembargador Ramom Tácio, seu vice, desembargador Júlio Lorens, entre outros.

 

O primeiro ato da gestora foi reunir-se com todos os presidentes de tribunais regionais eleitorais um dia após a posse. Ouviu um por um sobre os desafios das eleições municipais deste ano e colocou o TSE à disposição para soluções. Adiantou ainda que fará reuniões mensais com o colegiado até o fim da campanha.

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